OMS adverte que epidemia de ebola ainda é preocupante

  • Por Agência Brasil
  • 23/01/2015 15h59
Reprodução Possíveis novos casos de ebola na Tanzânia não estão sendo comunicados, diz OMS

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou hoje (23) que o combate à epidemia de ebola continua  extremamente difícil e a situação, muito preocupante.

Em entrevista coletiva, o diretor-geral adjunto da OMS e responsável pela resposta operacional à epidemia, Bruce Aylward, advertiu contra falsos otimismos. “Faço uma analogia: há seis meses, havia duas cobras na cama, e ninguém podia deitar-se ali. Agora, só há uma cobra, mas isso não significa que podemos apagar a luz e dormir”, disse Aylward.

Após mais de seis meses, o combate à epidemia que afeta alguns países da África Ocidental – Guiné Conacri, Libéria e Serra Leoa -, deu alguns resultados. Pela primeira vez desde que começou o surto, os três países registraram, durante quatro semanas seguidas, diminuição dos casos de contágio.

Nos últimos 21 dias (o período de incubação do vírus é de aproximadamente três semanas), foram registrados 463 casos, entre suspeitos e prováveis, em Serra Leoa; 109 na Guiné Conacri e 21 na Libéria, “o que constitui uma redução substancial, uma tendência muito bem-vinda”, acrescentou o diretor da OMS.

Ele ressaltou, porém, que a OMS está preocupada porque essa diminuição de casos “pode originar uma certa indolência”, que seria o pior risco. “O objetivo deve ser unicamente a redução dos casos a zero.”

Atualmente, um dos aspetos mais preocupantes é que só 50% das infecções registradas têm origem em uma lista de contatos, o que significa que existem muitos núcleos de transmissão desconhecidos.

Segundo Aylward, outro aspeto preocupante é o fato de existir uma forte transmissão nas capitais dos três países, situação que dificulta o controle do contágio, dado o grande número de pessoas, as constantes movimentações, a falta de controle social e as migrações.

Em termos globais, 21.296 pessoas foram infectadas pelo ebola desde o início do atual surto, há cerca de um ano, e, conforme os dados mais recentes da OMS, 8.429 morreram.

 

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