Unesco lança Ano da Cristalografia, ciência vital para o desenvolvimento

  • Por Agencia EFE
  • 20/01/2014 18h06
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Paris, 20 jan (EFE).- A diretora geral da Unesco, Irina Bokova, abriu nesta segunda-feira o Ano Internacional da Cristalografia e encorajou os governos a elaborar políticas que levem em conta o poder desta disciplina fundamental para a ciência moderna e para o futuro do planeta, e em particular dos países em desenvolvimento.

A cristalografia “é essencial” para o desenvolvimento sustentável e para enfrentar os desafios mundiais da fome, da água, do meio ambiente, da energia e da saúde, ressaltou em seu discurso inaugural a responsável da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

O desenvolvimento precisa de inovação e na maioria dos casos, acrescentou, “a inovação científica precisa da cristalografia, e a compreensão das formas básicas da matéria pode levar a melhorar o desenvolvimento de novos materiais, o projeto de novos fármacos e a qualidade da água”.

Daí que reforçar as capacidades dos países em desenvolvimento compartilhando tecnologias e experiência, e impulsionar a cooperação internacional e as relações entre cientistas e políticos com representantes do setor privado são alguns dos principais objetivos do Ano Internacional, segundo a Unesco.

A data é uma homenagem ao centenário do descobrimento da chamada “Cristalografia de raios X”, que permite estudar e analisar a estrutura dos cristais e suas aplicações, graças aos trabalhos dos Prêmios Nobel William Henry Bragg, William Lawrence Bragg e Max von Laue.

O Ano da Cristalografia tem como ponto de partida o fato de ser uma disciplina que “sustenta todas as ciências, porque os cristais estão em toda parte”: um floco de neve, um grão de açúcar, os novos materiais sintéticos, as proteínas e o DNA.

Mas apesar de ser a “coluna vertebral” de indústrias como a farmacêutica, a agroalimentar, a informática, a espacial, a aeronáutica e a mineradora, e seu ser conhecimento essencial na criação de quase todos os novos materiais, “muitos países ainda não têm experiência neste campo”, ressaltou a diretora.

Neste Ano da Cristalografia a ONU aprovou, a pedido do Marrocos, a organização de laboratórios de livre acesso em uma dezena de países, oficinas de formação e três cúpulas regionais.

Os primeiros laboratórios começarão a funcionar no começo do ano em Argentina, Costa do Marfim, Marrocos, África do Sul e Uruguai; enquanto as três cúpula regionais acontecerão em Campinas de 21 a 24 de setembro; no Paquistão, em Karachi, de 28 a 30 de abril; e em Bloemfontein, na África do Sul, de 15 a 17 de outubro.EFE

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