Venezuela dá 48 horas para os 3 funcionários americanos deixarem o país

  • Por Agencia EFE
  • 17/02/2014 15h42
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Caracas, 17 fev (EFE).- O chanceler da Venezuela, Elías Jaua, informou nesta segunda-feira que os três funcionários consulares americanos que o presidente, Nicolás Maduro, anunciou ontem que seriam deportados têm 48 horas para deixar o país após acusá-los de ter promovido grupos violentos nas universidades.

Jaua identificou em entrevista coletiva os três diplomatas como Breeann Marie McCusker e Jeffrey Gordon Elsen, segundos secretários da embaixada com funções de vice-cônsul, e Kristofer Lee Clark, também segundo secretário da embaixada.

“Todos esses funcionários são obrigados a se retirar da pátria soberana e independente da Venezuela nas próximas 48 horas por estar participando ativamente da organização e da promoção desses grupos que hoje tentam gerar a violência em nosso país”, disse o chanceler.

O chanceler assinalou que se baseando em “um conjunto de acompanhamentos” realizados nos últimos anos da embaixada dos EUA “funcionários de diferente nível” vieram organizando e promovendo a organização desses grupos assim como seu apoio financeiro através de “organizações fachada”.

Jaua leu três correspondências de entre 2009 e 2011 com esses supostos detalhes, mas evitou dar mais dados de outras mensagens recentes alegando que há uma investigação em curso.

Afirmou que há mais correios, uns públicos em Wikileaks e outros “conseguidos” pela inteligência venezuelana, até 2014.

“Isso é uma atividade contínua e temos de 2012, 2013 e 2014”, disse, lendo uma mensagem no qual supostamente a embaixada dizia que se corria o risco de perder o feito contra o falecido presidente Hugo Chávez e que as organizações juvenis desaparecessem por falta de financiamento.

“Nesse contexto se desenvolveu um programa nas universidades no último trimestre de 2013 e no início de 2014 por funcionários consulares” que “se dedicaram a percorrer universidades sob o pretexto de programas para a outorga de visas”, disse o chefe da diplomacia venezuelana.

Essas operações, continuou Jaua, foram enviados “casualmente nas universidades onde enfocou as ações de protestos” dos estudantes e eram “a coberta para revisar os contatos com os dirigentes que captam para o treino, o financiamento e a criação de organizações juvenis mediante as que se promove a violência”.

Jaua fez mencionou a comunicação que, segundo o governo venezuelano, o subsecretário adjunto para a América Latina do Departamento de Estado, Edward Alex Lee, fez ontem ao governo venezuelano pedindo-lhe que se sente para dialogar com a oposição e que deixem em liberdade os detidos pelos distúrbios recentes.

Além disso, afirmava que a detenção do dirigente opositor Leopoldo López poderia causar “muitas consequências negativas com suas ramificações internacionais”.

“Isso é muito grave, muito grave, e denunciamos isso à comunidade internacional”, afirmou Jaua, ao destacar que na manhã de hoje se comunicou com o chanceler argentino, Héctor Timerman, e que à tarde falará com os representantes da China e da Rússia no país.

Além disso, assinalou que amanhã convocará os embaixadores dos países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e do Caribe (Celac) para informá-los “em detalhe sobre as ameaças e condicionamentos que o governo dos Estados Unidos pretende para a Venezuela”.

“Nós vamos esperar uma reação do Departamento de Estado. Tomara que tenha sido erro de um funcionário de terceira linha a mensagem enviada no dia de ontem com essas condições!, tomara!, mas sabemos que não, sabemos que por trás disso está a intenção de proteger os grupos que treinaram e financiaram”, opinou.

Três mortos e mais de 60 feridos é o saldo dos enfrentamentos após as manifestações pacíficas de estudantes que começaram na quarta-feira passada em Caracas e outras cidades do país.

O governo venezuelano acusa desses incidentes o dirigente Leopoldo López, contra o que pesa uma ordem de captura acusado de homicídio e terrorismo, assim como de atos de violência que vieram acontecendo todas as noites no leste de Caracas. EFE

jlp/tr

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