Constantino: Crise no PSL é disputa por poder e recursos

  • Por Jovem Pan
  • 17/10/2019 09h40 - Atualizado em 17/10/2019 10h40
Carolina Antunes/PR Partido mostra pouca preocupação com o Brasil

A crise no PSL teve mais um capítulo nesta quarta-feira (16). Um grupo de deputados do partido decidiu destituir o líder da bancada na Câmara dos DeputadosDelegado Waldir, para dar lugar a Eduardo Bolsonaro. O pedido de troca foi feito pelo próprio presidente Jair Bolsonaro.

“Vai acabar mal. É uma baixaria, com listas para todo lado, inclusive com seis nomes a mais do que a quantidade de deputados do partido. É uma disputa por poder, o próprio presidente se mobilizando para isso, articulando para isso e, inclusive, sendo gravado dentro do Palácio do Planalto –  o que mostra como deve estar o clima de intriga próximo do presidente. E isso tem a ver, também, é claro, com a postura do bolsonarismo e o que é o PSL: um casamento de conveniência e tudo mais.

É triste, porque o Brasil tem pressa para fazer reformas liberais e o governo tem boa agenda nesse sentido. Pauta reformista decente, inclusive, agora, para a questão do saneamento. O marco, que vai ser votado agora no dia 27, tem uma proposta boa, de maior abertura, de privatização dessas empresas, mas o presidente fica perdendo tempo com esse tipo de picuinha, com a tentativa de tomar o poder do PSL.

O Eduardo, filho do presidente, também está totalmente voltado para isso, o que pode, pelo menos, dar para ele uma saída honrosa para a questão da embaixada. Agora ele tem uma justificativa para nem mandar seu nome – depois de três meses que foi indicado extraoficialmente, ainda nem mandou o nome oficialmente, e agora tem uma saída honrosa, né. Precisa cuidar do partido e não sofrerá derrota no Senado.

Mas tudo isso é muito ruim, chegamos a um nível de baixaria enorme: deputados do PSL xingando, assessores da Previdência comprando a campanha de um lado contra o outro, e tudo isso aí mostrando que o foco realmente é a disputa de poder e recursos dentro do partido e não a preocupação com o Brasil em si, que tem tanta coisa para ser feita”, disse Constantino.

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