‘Querem me tornar inelegível e colocar na forca quem combateu a corrupção’, diz Dallagnol

Em entrevista ao programa Headline News, o ex-procurador afirmou que a ação visa torná-lo inelegível; Deltan foi condenado por pagamentos irregulares de diárias e passagens a membros da Operação Lava Jato

  • Por Jovem Pan
  • 09/08/2022 15h20 - Atualizado em 09/08/2022 16h04
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Pedro de Oliveira/ALEP Ex-procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol Ex-procurador e coordenador da força-tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol havia sido condenado pelo Tribunal de Contas da União

O ex-procurador Deltan Dallagnol concedeu uma entrevista exclusiva ao programa Headline News, da Jovem Pan, nesta terça-feira, 9, e falou sobre a condenação sofrida pelo Tribunal de Contas da União (TCU) por pagamentos irregulares de diárias, passagens e gratificações a membros da Operação Lava Jato. Segundo o jurista, o ministro-relator do processo o acusou de ‘improbilidade dolosa’ para que, assim, ele fique inelegível. Isso porque Deltan, filiado ao Podemos, é candidato à Câmara dos Deputados pelo Estado do Paraná. “Por que o ministro relator falou isso? Para me tornar inelegível. Pois a lei da Ficha Limpa prevê que quem é condenado por desaprovação de contas por ato de improbidade doloso, fica inelegível”, disse. O político ressaltou que está “indignado” com a decisão e acusou os ministros envolvidos em sua condenação de “colocar na forca quem combateu a corrupção” enquanto aqueles que envolvidos com estas práticas criminosas estão sendo “livrado nos tribunais ao redor do Brasil”.

“O que vimos acontecer foram cinco instituições diferentes – Ministério Público Federal, o Tribunal de Contas, Ministério Público do Tribunal de Contas, a Área Técnica do Tribunal de Contas e a Associação Nacional de Procuradores – falarem que todos os gastos foram regulares. E você tem quatro ministros, quatro delatados pela Lava Jato, que julgam os principais atores da Lava Jato e condenam a pagar, colocam na nossa conta todo o custo do funcionamento da operação. Isso contra todas as recomendações de todos os órgãos técnicos”, argumentou. Deltan relembrou o caso Banestado e ressaltou que a Operação Lava Jato realizou o mesmo modelo de pagamentos aos seus membros, não havendo, segundo o ex-procurador, qualquer irregularidade. “A procuradora-geral da República veio aos autos e disse que não existia como implantar um sistema alternativo. Não só a procuradora, mas a área técnica dos servidores concursados do Tribunal de Contas da União. E de novo, vem os quatro ministros indicados politicamente e que foram delatados na Lava Jato, julgando a Lava Jato. É o rabo abanando o cachorro”, pontuou.

Ao ser questionado sobre sua corrida à Câmara dos Deputados, Dallagnol confirmou que segue como candidato e que não acredita na possibilidade de impugnação de sua candidatura. “A lei fala que só fica inelegível quem é condenado no Tribunal de Contas em decisão irrecorrível e o prazo de impugnação é agora, está ai, vão ser dez dias a partir de quinta ou sexta-feira. Para um tribunal julgar esse recurso que vamos apresentar, antes de julgar irá passar para nova avaliação da área técnica para ir ao plenário a ser submetido uma discussão. Isso vai demorar meses”, disse. Mais cedo, o ex-procurador informou que irá recorrer da decisão do TCU. “Isso que está acontecendo eu tomo como uma reação do sistema de pessoas ligadas a uma velha política que não querem que a Lava Jato vá ao Congresso Nacional“, concluiu Deltan.

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