‘Desafio é atrair capital privado para investir’, diz diretor do CBIE
Após recentes anúncios de mudanças no ramo da infraestrutura, como a reformulação da área de atuação da Petrobras e perspectivas de programas de saneamento, energia e estradas, fica a dúvida de como isso impactará a economia brasileira.
Para falar sobre as privatizações e as expectativas de crescimento do Brasil, o Jornal da Manhã conversou com o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, Adriano Pires Rodrigues.
Uma das principais bandeiras de Jair Bolsonaro são as privatizações. De acordo com Adriano, o presidente conta com a ajuda do ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, para colocar o plano em prática.
“O governo Bolsonaro tá cumprindo o prometido. Foi muito boa a venda da Ferrovia Norte-Sul, por exemplo. O ministro Tarcísio está privatizando estradas, rodovias, portos. O grande desafio agora é conseguir atrair capital privado para investir em novos projetos.”
Para ele, apenas as privatizações não são suficientes. “Esse programa das privatizações diminui monopólios estatais, que é um grande nó no setor da infraestrutura. Mas também temos um desafio enorme, que é reduzir a taxa de desemprego. Precisamos trazer novos investimentos e não apenas privatizar os que já existem.”
Futuro
De acordo com Adriano, o barateamento de energia, que deve acontecer em consequência do fim do monopólio, só vai acontecer de fato daqui uns anos. O mês de agosto, por exemplo, iniciou com a bandeira vermelha nas contas de luz.
“O gás natural terá um choque de oferta só daqui uns seis anos. Então o preço só vai cair lá, quando chegar o volume do pré-sal. Esse meio tempo tem que ser usado para criar as condições de mercado, preparar o terreno. Isso vale tanto pra indústria, quanto pro consumidor”, explica.
“O Brasil não cresce desde 2013, 2014. O meu receio é quando voltar a crescer, a energia elétrica se tornar um gargalo. Se cresce 2% ou 3% poderemos ter falta de energia. Temos que aproveitar o momento para adaptar a infraestrutura pra que não se torne um impedimento para o crescimento da economia”, completa.
Adriano defende que o Governo precisa assumir o comando quando o assunto é a privatização da Eletrobras. “No Congresso não sabemos como vai ser. O Governo precisa mostrar o quanto isso é importante para o Brasil.”
“A Eletrobras tem que se transformar em uma Engie francesa para não termos problemas de energia. Isso trará investimentos e gerará empregos”, finaliza.
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