Fábrica da Renault no PR dispensa temporariamente cerca de mil trabalhadores
Suspensão dos contratos na unidade de São José dos Pinhais foi tema da coluna de Bruno Meyer no Jornal da Manhã, da Jovem Pan News
A fábrica da Renault em São José dos Pinhais, no Paraná, suspendeu temporariamente os contratos de 1 mil profissionais. O chamado “layoff”, modelo de suspensão temporária de contrato ou de redução de jornada de trabalhadores, começou a valer nesta segunda-feira, 3, na fábrica de veículos de passeio. A paralisação temporária também deve atingir as fábricas de motores e injeção de alumínio a partir de 10 de julho, e deve durar de dois a três meses, de acordo com a montadora. A Renault afirma que a decisão foi tomada para “ajustar a produção à demanda de mercado”, que manterá os benefícios dos funcionários atingidos e também fará o pagamento de uma compensação adicional até o limite de 85% do salário líquido durante a paralisação. “Cada montadora trabalha de certa maneira com o layoff. Tem umas que mantêm [salários], tem outras que não mantêm, tem umas que pagam 50%”, destacou Bruno Meyer, comentarista de business do Jornal da Manhã, da Jovem Pan News.
“A Renault justifica o que todas as montadoras têm falado quando iniciam paralisação ou quando suspendem os contratos de trabalho. Qual que é a justificativa? ‘Ajustar a produção à demanda de mercado’. Faltam, afinal, compradores de carros no país. E isso num momento em que há um programa do Governo Federal que dá desconto a carros que custam até R$ 120 mil. O que o brasileiro tem se acostumado, no entanto, é ver pátios lotados de carros parados à espera de um dono, como aquela imagem que já entra como uma das imagens do ano do pátio da Volkswagen abarrotado de carros”, afirmou o comentarista.
Meyer ressalta que o anúncio da Renault segue a tendência puxada por outras montadoras, como a Volkswagen e a General Motors (GM), que também anunciaram layoffs: “A Volkswagen está em uma paralisação temporária também em São José dos Pinhais e deve ficar entre dois e cinco meses parada em uma medida iniciada no início de junho. A GM, que produz o Onix, o carro mais popular do país, começou a paralisação nesta segunda-feira, 3 de julho. A ideia é interromper contratos por cinco meses, com a possibilidade de prorrogar por mais cinco meses. Esses atingidos foram os trabalhadores do chamado segundo turno de trabalho”.
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