Pesquisadores da USP produzem coronavírus em laboratório

A conquista permite que os vírus sejam distribuídos para grupos de pesquisa e institutos clínicos em todo o País

  • Por Jovem Pan
  • 07/03/2020 09h27 - Atualizado em 07/03/2020 09h27
EFE/EPA/Tamas Soki HUNGARY OUT Hoje, as amostras de vírus que são utilizadas como controles positivos no Brasil são importadas da Europa e dos Estados Unidos

Pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP) conseguiram isolar e cultivar em laboratório o coronavírus nesta sexta-feira (6). As amostras foram obtidas dos primeiros pacientes brasileiros diagnosticados com a doença no Hospital Israelita Albert Einstein.

A conquista permite que os vírus sejam distribuídos para grupos de pesquisa e laboratórios clínicos em todo o País.

Para o infectologista, Jean Gorinchteyn, isso deve ampliar a capacidade de realização de testes diagnósticos. “O fato de ter se isolado e cultivado esses vírus vai se permitir que, uma vez enviando esse material para a rede de laboratórios públicos e privados, se consiga ter muitos mais testes validados, favorecendo uma antecipação na realização do diagnóstico.”

Hoje, as amostras de vírus que são utilizadas como controles positivos no Brasil são importadas da Europa e dos Estados Unidos. O custo desse processo ultrapassa os R$ 12 mil por amostra.

Apenas quatro laboratórios públicos de referência nacional realizam os testes atualmente e eles precisam importar os vírus ativos. Isso pede cuidados especiais com refrigeração, que encarecem o transporte.

O resultado da pesquisa divulgado nesta sexta permite que os vírus sejam transportados de forma inativa, ou seja, sem a capacidade de infectar células, o que torna o processo mais barato.

De acordo com o coordenador da pesquisa, Luiz Edison Durigon, essa conquista vai permitir que laboratórios de todos os estados brasileiros avancem em estudos sobre o coronavírus.

* Com informações do repórter Renan Porto

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