Presidente da Petrobras espera autorização do Ibama para explorar petróleo na foz do Amazonas em 2024

Durante leilão de áreas de exploração de petróleo e gás natural feito pela ANP, Jean Paul Prates também comentou o relatório final aprovado pela COP-28

  • Por Jovem Pan
  • 14/12/2023 13h00
Reprodução/Jovem Pan News jean-paul-prates-leilao-anp-reproducao-jovem-pan-news Jean Paul Prates em conversa com jornalistas durante leilão da ANP

Grupos ambientalistas protestaram durante o leilão de áreas de exploração de petróleo e gás natural feito pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) nesta quarta-feira, 13. Apesar do clima de revolta, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, declarou no evento estar confiante de que o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) deve conceder a licença ambiental para iniciar, já no ano que vem, uma campanha de perfuração de petróleo na bacia da foz do rio Amazonas em águas ultraprofundas localizadas na chamada Margem Equatorial, no Amapá. A autoridade ambiental rejeitou, em maio deste ano, o primeiro pedido de licença de perfuração feito pela Petrobras para explorar petróleo na região. No entanto, a estatal recorreu da decisão e aguarda a aprovação do licenciamento. “A gente está aguardando uma resposta ao nosso recurso. Nós já atendemos absolutamente todas as exigências que foram feitas. Estamos fazendo agora uma campanha de perfuração de dois poços em uma área da Margem Equatorial já. Portanto, já estamos na Margem Equatorial furando. O poço da foz do Amazonas provavelmente vai ser furado ano que vem”, declarou Prates em entrevista à Jovem Pan News.

Presente na COP-28, conferência da ONU (Organização das Nações Unidas) que debate a emergência climática global, o presidente da Petrobras ainda comentou o acordo final do colegiado, que tinha a expectativa de aprovar a eliminação gradual dos combustíveis fósseis na matriz energética. Na avaliação de Prates, a discussão foi conduzida de modo injusto para as economias emergentes, que começaram a explorar petróleo mais recentemente: “Eu continuo considerando que o melhor é falar em emissões, emissão é o problema. Quando você tem a necessidade de ainda utilizar hidrocarbonetos (derivados do petróleo) por alguma razão, em alguns lugares do mundo, ou em países na África que chegaram agora a serem produtores de petróleo e podem ser novos produtores com tecnologia moderna e processos descarbonizados, é injusto você fazer esses países simplesmente ficarem excluídos disso. Ao lado disso, tem gente ainda produzindo energia a carvão, e tá liberado”. Em 2024, a COP-29 vai acontecer no Azerbaijão e em 2025 a conferência será realizada no Brasil, em Belém, capital do Pará.

*Com informações do repórter Rodrigo Viga

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.