Trump reage a procurador e diz que ‘pode interferir em investigações se quiser’

  • Por Jovem Pan
  • 15/02/2020 10h51 - Atualizado em 15/02/2020 10h52
EFE A fala vem exatamente no momento em que o partido democrata acusa Trump de se sentir à vontade para se beneficiar do sistema judiciário

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, publicou um comentário no Twitter dizendo que, como presidente, tem o direito de interferir em investigações criminais, mas, até agora, escolheu não fazer isso.

Trump fez o comentário depois de ter sido criticado pelo procurador-geral dos Estados Unidos, William Barr, em uma entrevista.

Barr disse ao canal de TV norte-americano AHC News que os tuítes do presidente tornavam o trabalho dele, como procurador, quase impossível. Ele também falou que Trump deveria parar de comentar na internet casos do Departamento de Justiça.

O desentendimento entre os dois começou quando o Departamento de Justiça condenou o ex-assessor político e amigo de longa data de Trump, Roger Stone, a uma pena de 7 a 9 anos de prisão.

A condenação foi depois de Stone ter sido considerado culpado nas acusações de mentir e manipular testemunhas durante o processo que investigava um suposto conluio entre o governo norte-americano e o governo russo.

Trump considerou a decisão injusta e criticou a ação dos procuradores pelo Twitter. Depois disso, William Barr resolveu voltar atrás e tentar diminuir a sentença de Roger Stone. Quatro promotores que recomendaram a pena deixaram o caso e Barr passou a receber críticas de que estaria cedendo à pressão de Donald Trump.

Na entrevista ao canal ABC News, William Barr se disse incomodado com a postura de Trump no Twitter, mas falou que o presidente nunca pediu a ele para fazer nada em nenhum caso.

Como resposta, veio o tweet de Trump dizendo que de fato, nunca pediu — mas poderia sim, pedir, já que teria este direito como presidente dos Estados Unidos.

A fala vem exatamente no momento em que o partido democrata acusa Trump de se sentir à vontade para se beneficiar do sistema judiciário e abusar da influência como presidente dos Estados Unidos, especialmente depois de ter sido inocentado pelo processo de impeachment no Senado.

*Com informações da repórter Mariana Janjácomo

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