Vacina de Oxford contra Covid-19 apresenta eficácia de 82% após 2ª dose, diz estudo

Ao mesmo tempo, países questionam a segurança do composto para idosos; nesta terça-feira, França, Suécia e Polônia decidiram não recomendar o uso do imunizante em pessoas com idade avançada

  • Por Jovem Pan
  • 03/02/2021 06h32 - Atualizado em 03/02/2021 08h33
EFE/EPA/OXFORD UNIVERSITY Dose de vacina em primeiro plano. Ao fundo, uma pessoa sendo vacinada Segundo a Fiocruz, as evidências apresentadas, até o momento, confirmam a segurança da vacina para idosos

Novos dados sobre a vacina contra a Covid-19 produzida pela farmacêutica AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford reforçam a necessidade de se manter o protocolo de duas doses, previsto no Plano Nacional de Imunização (PNI), mas mostra um nível alto de proteção mesmo com intervalo longo entre as aplicações. O estudo foi publicado pela revista científica “The Lancet” e ainda aguarda revisão. A primeira dose garante 76% de eficácia por três meses, já com a aplicação da segunda dose após esse período, o percentual sobe para 82%. Em casos mais graves, a eficácia após duas doses é de 100%, evitando internações. De acordo com o infectologista Renato Kfouri, as descobertas são benéficas para o plano de imunização do Brasil. “É uma ótima notícia porque permite que esses intervalos maiores façam que, recebendo uma quantidade de vacinas qualquer, consigamos vacinar o maior número de pessoas em um primeiro momento e aguardar uma segunda remessa para a segunda dose. Isso não prejudica em nada a proteção desses indivíduos até que receba a segunda dose. Ótima notícia para o nosso calendário.”

Nesta terça-feira, 02, as agências reguladoras da França, Suécia e Polônia decidiram não recomendar o uso do imunizante em idosos. As autoridades justificaram a medida pela falta de dados sobre os efeitos da vacina em pessoas acima de 65 anos. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ressalvou os poucos dados sobre idosos ao recomendar o uso emergencial do imunizante no país. Apesar de não restringir o uso, o órgão pediu monitoramento de novos estudos das empresas e acompanhamento da população vacinada.

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), responsável pelo imunizante no país, disse que as evidências apresentadas, até o momento, confirmam a segurança da vacina para idosos. No Brasil, a vacinação deste público está começando pouco a pouco. No Rio de Janeiro, pessoas a partir de 94 anos serão imunizadas nesta quarta-feira, 03. Para Mário Quintanilha, que tomou a vacina nesta terça-feira, a imunização é a única forma de vencer a pandemia. “Tem que tomar para poder sair né, essa praga”, afirmou. O comerciante Paulo Magalhães levou o pai de 98 para se vacinar. Ele disse que essa é o caminho da esperança. “A sensação de que nos roubaram um ano de vida, esse vírus nos roubou um ano de vida. Mas essa agora é a nossa redenção”, disse. Várias capitais já estão imunizando idosos com mais de 90 anos. Em São Paulo, a vacinação começa na próxima segunda-feira, 08.

*Com informações da repórter Caterina Achutti

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