Ceni crê em reação do Cruzeiro e cita demissão: ‘É necessário liberdade de trabalho’

  • Por Jovem Pan
  • 27/09/2019 16h23 - Atualizado em 27/09/2019 17h19
Fabio Barros/Estadão Conteúdo Rogério Ceni foi demitido do Cruzeiro

Rogério Ceni escreveu, nesta sexta-feira (27), um longo em sua conta no Facebook para se despedir do Cruzeiro. Demitido, o treinador agradeceu a torcida, “alguns jogadores” e “parte da diretoria” pelo período do time mineiro. Entre outros assuntos, o técnico deixou a entender que não teve liberdade para exercer o seu trabalho na Raposa.

“Planejei treinamentos, trabalhei com afinco, escalei e substitui com convicção de estar fazendo um trabalho pautado na ética, de entregar para a torcida um time baseado em princípios modernos de técnica aliada a alta intensidade. Mas para manter isso é necessário liberdade de trabalho e que todos comprassem conosco essa ideia. E agradeço muito a grande parte dos jogadores que correram e se dedicaram e a uma parte da diretoria que tentou me dar respaldo na implementação dessa ideia. Um clube vencedor só se faz com muita sintonia”, afirmou Ceni.

Ceni se desentendeu com jogadores do time após o empate em 0 a 0 com o Ceará. A confusão aconteceu, especificamente, com Dedé, que questionou o fato do técnico não ter colocado Thiago Neves na partida.

Perto de acertar o seu retorno ao Fortaleza, Ceni também disse acreditar na recuperação do Cruzeiro no Campeonato Brasileiro. Atualmente, a equipe está dentro da zona de rebaixamento.

“Queria eu ter sido um dos responsáveis por mudar as coisas e devolver a essa torcida, que me abraçou e comprou o desafio comigo e que está agora no meu coração junto com as de São Paulo e Fortaleza. Reafirmo que, diante da sua história vitoriosa, sua estrutura que pude acompanhar de perto e de seus funcionários sempre atentos e prestativos, tenho certeza que o Cruzeiro vai sair dessa situação”, opinou.

Por isso, Ceni disse que não receberá as multas estipuladas em contrato do Cruzeiro até a equipe se livrar da possibilidade de cair para a Série B.

“Para ganhar essa luta a união pelo Cruzeiro deveria ser maior que qualquer interesse pessoal. Em todas as esferas. E foi diante dessa crença que, inclusive, ofereci à diretoria não receber meus vencimentos até que o clube garantisse sua permanência na Série A, lugar onde sempre pertenceu e sigo acreditando que permanecerá”, revelou.

Veja a nota na íntegra:

É o Cruzeiro! Eu disse isso quando cheguei e nesse até logo, mesmo não tendo conseguido atingir meu objetivo, reitero: é o Cruzeiro! E sou muito grato por ter tido a chance de estar a frente desse clube gigante e que, tenho certeza, vai sair dessa situação.

Queria eu ter sido um dos responsáveis por mudar as coisas e devolver a essa torcida, que me abraçou e comprou o desafio comigo e que está agora no meu coração junto com as de São Paulo e Fortaleza. Reafirmo que, diante da sua história vitoriosa, sua estrutura que pude acompanhar de perto e de seus funcionários sempre atentos e prestativos, tenho certeza que o Cruzeiro vai sair dessa situação.

Planejei treinamentos, trabalhei com afinco, escalei e substitui com convicção de estar fazendo um trabalho pautado na ética, de entregar para a torcida um time baseado em princípios modernos de técnica aliada a alta intensidade. Mas para manter isso é necessário liberdade de trabalho e que todos comprassem conosco essa ideia. E agradeço muito a grande parte dos jogadores que correram e se dedicaram e a uma parte da diretoria que tentou me dar respaldo na implementação dessa ideia. Um clube vencedor só se faz com muita sintonia.

Sabemos que a situação do futebol brasileiro de forma geral não é das melhores. Sofremos com um calendário apertado e corrido, com o desgaste e com fatores diversos. Na contramão disso tudo, o Cruzeiro se destacou há pouco tempo nesse cenário, competindo de igual pra igual com as potências financeiras. Hoje, a realidade é outra e precisa de atenção. Enxergando isso, eu vivi o Cruzeiro em sua totalidade, inclusive dormindo no CT por 21 dias, vivenciando um ambiente campeão para me tornar parte dessa história.

Para ganhar essa luta a união pelo Cruzeiro deveria ser maior que qualquer interesse pessoal. Em todas as esferas. E foi diante dessa crença que, inclusive, ofereci à diretoria não receber meus vencimentos até que o clube garantisse sua permanência na Série A, lugar onde sempre pertenceu e sigo acreditando que permanecerá.

Acredito sim que este seja um “até logo”. Minha história e a do Cruzeiro seguem se confluindo em diversos pontos e torço para que o tempo construa um caminho em que juntos possamos comemorar títulos e conquistas marcantes. Que possamos dar, um para o outro, novas conquistas e alegrias em nossas carreiras para esses 9 milhões de torcedores. 9 milhões mais um, agora.

É o Cruzeiro!

 

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