Jogador Marcinho diz que não prestou socorro a casal atropelado por medo de linchamento

Vítimas de acidente do dia 30 de dezembro, no Rio de Janeiro, faleceram; atleta foi indiciado por duplo homicídio culposo e pode pegar até oito anos de prisão

  • Por Jovem Pan
  • 11/01/2021 11h23
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Vitor Silva/Botafogo Marcinho durante treino no Botafogo, em 2020 Marcinho, ex-Botafogo, atropelou casal no dia 30 de dezembro

O lateral direito Marcinho, ex-Botafogo, falou pela primeira vez sobre acidente que provocou no dia 30 de dezembro, na cidade do Rio de Janeiro. Ele atropelou um casal no Recreio dos Bandeirantes e não prestou socorro. Alexandre Silva de Lima morreu no local e a mulher, Maria Cristina José Soares faleceu na semana passada após passar por cirurgia. Segundo o jogador, ele não parou para prestar socorro às vítimas porque ficou com medo de ser linchado. “Entrei em pânico, fiquei muito assustado, cheio de vidro e as pessoas já estavam entrando na pista quando olhei para trás. Só pensei em sair dali por medo de ser linchado, a gente sabe como as pessoas estão com as emoções inflamadas, ainda mais nessa época do ano, o Brasil está desse jeito, enfim, fiquei com medo de ser realmente linchado”, confessou em entrevista ao ‘Fantástico’, da TV Globo.

Em imagens obtidas pela polícia que investiga o caso, a 42ª DP (Recreio dos Bandeirantes), é possível ver o carro do jogador seguindo pela Avenida e parando em uma rua próxima do local do acidente. Ele estaciona, desce e aparece caminhando e falando ao celular enquanto caminha. Marcinho disse em seu depoimento que não ingeriu bebida alcoólica e que estava na casa de um primo quando decidiu sair para ir ao mercado. Na volta, o acidente aconteceu. Testemunhas disseram que o atleta estava acima da velocidade permitida, que era de 70 km/h, mas Marcinho nega. “Eu estava por volta de sessenta, aquilo ali é uma passagem corriqueira minha, eu estou sempre passando por ali, então, eu sei que o pardal é de setenta, eu não estava mais que isso”, disse.

Sobre a demora em se apresentar na delegacia, cinco dias depois, o jogador afirmou que seu advogado foi quem decidiu sobre o assunto. “Ele falou: ‘Já marquei com o delegado, a delegacia está vazia, é dia 31. Não adianta a gente ir lá porque o delegado do caso não vai estar lá, você tem que ir com quem vai te atender e vai fazer parte do caso’. A partir do momento que acontece uma coisa dessa, você deixa na mão de advogados. Nesse momento eu estava com esse cara e depois, que eu conheci o Gabriel [Habib, que representa Marcinho no caso], já estava marcado de eu me apresentar na segunda-feira”, finalizou. Marcinho foi indiciado por duplo homicídio culposo e, se condenado, pode pegar até oito anos de prisão.

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