Brasil deve ultrapassar 100 mil casos de coronavírus em 2 semanas

EFE/EPA/NIC BOTHMA Ministério da Saúde reforçou o alerta sobre a necessidade de isolamento social nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, Manaus e Brasília

Mantido o atual ritmo de crescimento de casos de contaminações por coronavírus no País, o Brasil pode atingir a marca de 100 mil pessoas infectadas ao fim das duas próximas semanas.

Os primeiros cem casos foram alcançados em 17 dias, entre 26 de fevereiro e 14 de março. Apenas sete dias depois, esse número foi multiplicado por dez e chegou a mil pessoas contaminadas, em 20 de março. Nos 14 dias seguintes, o número cresceu dez vezes novamente, chegando a 10 mil pessoas com coronavírus.

Nesta quinta-feira, o Ministério da Saúde anunciou que o total já ultrapassa 15 mil pessoas. “Temos visto um crescimento médio de 20% por dia, sobre o dia anterior”, disse o secretário-executivo da pasta, João Gabbardo. “Vamos ver como ficará a curva. É preciso ver como essa média vai se comportar ”

O avanço dos números oficiais, porém, está diretamente associado à capacidade de testes do governo, a qual tem enfrentado extrema dificuldade de atender a demanda. Estimativas dão conta de que, devido ao grande número de pessoas que já contraíram a doença mais ainda não foram testadas (subnotificações) — uma média de sete a nove casos para cada registro oficial –, o Brasil já teria hoje mais de 100 mil pessoas com Covid-19, só não teria isso oficializado.

Só em São Paulo, o governo estima que, que forem respeitadas todas as medidas de restrição e isolamento pela população, o número de óbitos deve chegar a 111 mil. Se nada for respeitado, pelo menos 277 mil pessoas morrerão em decorrência do coronavírus nos próximos seis meses.

O Ministério da Saúde reforçou o alerta sobre a necessidade de isolamento social nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, Manaus e Brasília. As cinco capitais registram os maiores índices de casos de contaminação e quadro vulnerável para expansão acelerada de casos e óbitos nas próximas semanas.

Em todas elas, tem ocorrido afrouxamento das quarentenas, com aumento de circulação de pessoas nas ruas e abertura de comércios, apesar de decretos estaduais proibirem o funcionamento de boa parte das operações.

* Com informações do Estadão Conteúdo