Avanço da pandemia e risco fiscal afundam Ibovespa; dólar vai a R$ 5,44
Principal índice da Bolsa de Valores brasileira chega aos 116 mil pontos com o pessimismo dos investidores diante do noticiário local
O temor de novas medidas de isolamento social com o avanço da pandemia da Covid-19 e os riscos do aumento dos gastos públicos geram novo dia de mau humor no mercado financeiro nesta sexta-feira, 22. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, chegou a afundar para 116 mil pontos no meio da manhã, enquanto o dólar disparou e bateu e bateu R$ 5,44. Às 12h35, o Ibovespa registrava recuo de 1,30%, a 116.787 pontos. O pregão de quinta-feira, 21, já havia fechado com recuo de 1,10%, aos 118.328 pontos por conta do pessimismo no noticiário nacional. O dólar perdeu força após forte alta e avançava 1,31%, cotado a R$ 5,434. A moeda norte-americana fechou a véspera com alta de 0,98%, a R$ 5,364.
O crescimento da pandemia do novo coronavírus após as festas de fim de ano causam temor nos investidores diante da iminente adoção de novas medidas de distanciamento social. Dados do Ministério da Saúde divulgados na quinta-feira mostram que mais de 1,3 mil pessoas morreram em decorrência da Covid-19 nas últimas 24h. Além do avanço de infecções, pesa negativamente os entraves enfrentados pelo Instituto Butanta e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para a importação de insumos necessários na fabricação de vacinas em território nacional. O Brasil possui 6 milhões de doses da CoronaVac que já foram distribuídas para todos os estados, e aguarda o recebimento de 2 milhões de doses da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com a AstraZeneca na noite desta sexta-feira.
No noticiário político, investidores viram com apreensão declarações do deputado Artur Lira (PP-AL), candidato à Presidência da Câmara, e Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que disputa o comando do Senado, sobre o possível aumento de gastos para lançar uma nova rodada do auxílio emergencial ou aumentar o Bolsa Família. “A pandemia não terminou, há pessoas alcançadas de maneira muito severa pela pandemia e que demandam uma uma assistência do Estado. E é fundamental que haja um diálogo com o Ministério da Economia para se encontrar uma matemática possível, que eu sei que é difícil, para compatibilizar o teto de gastos com a necessidade de amparar pessoas que estejam em vulnerabilidade pela pandemia”, afirmou Pacheco nesta quinta-feira. A fala dos candidatos dá coro aos rumores de que o governo ainda estuda o lançamento de novos benefícios para mitigar os efeitos da pandemia do novo coronavírus. O principal temor do mercado é o rompimento do teto de gastos para o financiamento das medidas. A suspeita do descumprimento do compromisso fiscal fez o dólar disparar no fim do ano passado, forçando o ministro da Economia, Paulo Guedes, reiterar diversas vezes o comprometimento do Executivo com as contas públicas.
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