Dólar cai para R$ 5,16 com divulgação do PIB e esperança por vacinas

Mercado repercute avanço da economia brasileira após dois trimestres de quedas; Ibovespa ultrapassa 112 mil pontos

  • Por Jovem Pan
  • 03/12/2020 11h32
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Arquivo/Agência Brasil Face da nota de um dólar Dólar volta a subir com o mercado apreensivo com as contas públicas do governo federal

O dólar opera em forte queda nesta quinta-feira, 3, com os investidores reagindo ao avanço de 7,7% do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre deste ano e a expectativa de vacinação contra o novo coronavírus na Europa e nos Estados Unidos ainda em 2020. Às 11h25 a moeda norte-americana recuava 1,36%, a R$ 5,170. A divisa chegou a bater R$ 5,167 na mínima. Na véspera, o dólar fechou com avanço de 0,26%, cotado a R$ 5,241. O otimismo com o noticiário doméstico e internacional também impulsiona a Bolsa de Valores brasileira. O Ibovespa, principal índice da B3, crescia 0,16%, aos 112.052 pontos. Ontem, o indicador fechou com alta de 0,43%, aos 111.878 pontos.

A economia brasileira saiu da recessão técnica ao registrar avanço entre julho e setembro, divulgou o IBGE na manhã desta quinta-feira. Apesar da alta, o crescimento veio abaixo das expectativas do governo e do mercado. O Banco Central estimava recuperação de 9,4%, enquanto o governo federal previa crescimento de 8,3%. Na comparação com o mesmo trimestre de 2019, o PIB recuou 3,9%. O avanço no terceiro trimestre foi liderado pela indústria, com alta de 14,8% em comparação ao trimestre anterior. O setor de serviços também reagiu e registrou crescimento de 6,3%. A agropecuária foi o único segmento com desempenho negativo ao cair 0,5% entre julho e setembro.A despeito do aumento, a economia brasileira ainda acumula retração de 5% em 2020. Nos primeiros três meses do ano, o PIB registrou queda de 1,5%, enquanto no segundo trimestre a retração atingiu recorde de 9,6%.

Investidores ainda mantêm no radar o avanço de pautas estruturantes para recuperação da economia brasileira e os desafios do governo federal em segurar a disparada dos gastos públicos por causa do novo coronavírus. O mercado teme o aumento do descontrole fiscal com o avanço da pandemia em diversas regiões do país. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) buscou trazer calma ao afirmar que perpetuar alguns benefícios seria o caminho para o “insucesso”, se referindo a uma nova extensão do auxílio emergencial. Na pauta do Congresso, a  Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) será debatida em 16 de dezembro. Além do Orçamento para 2021, o mercado aguarda pela aprovação das PECs Emergencial e do Pacto Federativo para maior segurança na manutenção do teto de gastos, e das etapas complementares das reformas tributária e administrativa.

No cenário internacional, o mercado ainda repercute a aprovação por parte da agência reguladora de medicamentos do Reino Unido (MHRA, na sigla em inglês) do imunizante contra o novo coronavírus desenvolvido pela Pfizer em parceria com o laboratório alemão BioNTech. Segundo o premiê Boris Johnson, a campanha de vacinação deve iniciar já na próxima semana. O país é o primeiro do ocidente a aprovar um imunizante contra a Covid-19. A farmacêutica norte-americana ainda espera pela autorização do uso emergencial da sua vacina em outros países da Europa e nos Estados Unidos. No Brasil, no entanto, o Ministério da Saúde já descartou a possibilidade de usar essa vacina por causa das condições especiais de armazenamento, como temperaturas abaixo de -70ºC.

 

 

 

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