Falta de peças e Covid-19 trazem risco à produção de veículos em dezembro

Montadoras possuem estoque para 16 dias de vendas, afirma representante do setor; produção supera níveis pré-pandemia, mas não o suficiente para atender a demanda

  • Por Jovem Pan
  • 07/12/2020 13h06 - Atualizado em 07/12/2020 13h11
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Leonidas Cardoso/Raw Image/Folhapress Folhapress Exportação de veículos aumentou em novembro devido ao represamento de vendas causado pelas restrições de países vizinhos

A pandemia do novo coronavírus e a falta de peças e insumos para a produção de carros podem paralisar as montadoras a partir de dezembro, informou nesta segunda-feira, 7, Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea, entidade que representa as fabricantes de veículos. Após as quedas na produção por causa das medidas de isolamento social, as atividades nas montadores estão acima da registrada no ano passado, mas o ritmo não é suficiente para abastecer a demanda. Segundo dados da Anfavea, no mês passado foram montados 238.200 carros, alta de 0,7% em comparação a outubro e 4,7% no paralelo com novembro de 2019. A diferença está no volume de unidades em estoque: enquanto até o mês 11 do ano passado o setor possuía 330 mil veículos, hoje o número está abaixo de 120 mil, o suficiente para sustentar apenas 16 dias de vendas. No acumulado do ano, a produção é de 1.804.759 unidades, 35% inferior à 2019. Segundo Moraes, a manutenção da recuperação do setor passa pela vacinação da população contra o novo coronavírus e o controle dos gastos públicos para tornar o mercado local mais competitivo. “Mas antes disso teremos de superar alguns desafios imediatos em nosso setor e no país, como o aumento dos casos de Covid-19, o risco de paralisação por falta de autopeças e a pressão de custos ligados ao câmbio e insumos. Tudo isso vem prejudicando uma retomada mais rápida da indústria”.

As vendas ao mercado internacional registraram totalizaram 44.007 unidades, o melhor desemprenho desde agosto de 2018. O avanço nas exportações em novembro é reflexo do represamento do envio de carros ao exterior por conta das restrições comerciais em países vizinhos, principalmente a Argentina, que é o principal comprador de carros brasileiros e passa por uma severa crise financeira. Apesar da alta, o volume de exportações é 28,4% menor que o registrado no acumulado de 2019, que já havia sido um ano fraco ao setor. O mercado interno fechou com 225.010 unidades licenciadas, alta de 4,6% sobre o mês anterior, porém com queda de 7,1% sobre novembro passado. No ano, foram 1.814.470 autoveículos emplacados, volume 28,1% inferior ao dos 11 primeiros meses  de 2019.

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