Ibovespa cai para 121 mil pontos com apreensão global; dólar perde fôlego
Mercados em todo o mundo esperam pela divulgação do Banco Central dos EUA sobre possível redução de estímulos
A apreensão nos mercados globais com o anúncio do Banco Central dos EUA (Fed, na sigla em inglês) sobre as diretrizes econômicas do país derruba o Ibovespa nesta quarta-feira, 13. Às 13h50, o principal índice da Bolsa de Valores brasileira recuava 1,71%, aos 121.872 pontos. O índice da B3 fechou a véspera com avanço de avançou 0,6%, aos 123.998 pontos. A expectativa com o anúncio da autoridade monetária norte-americana fez o dólar cair após oscilar durante a maior parte da manhã. A divisa recuava 0,68%, a R$ 5,286. Na máxima, o dólar não passou de R$ 5,354, enquanto a mínima foi de R$ 5,271. A moeda norte-americana fechou esta terça, 12, cotada a R$ 5,32, com queda de 3,32%, a maior baixa percentual diária desde 8 de junho de 2018 (-5,59%). O tombo veio depois de uma sequência de altas que jogou o câmbio para mais de R$ 5,50 no início desta semana.
Investidores de todo o mundo esperam pela apresentação do “livro bege”, como é chamada a divulgação do parecer do Fed sobre a conjuntura econômica da maior potência do globo. O anúncio na tarde desta quarta pode sugerir a redução de estímulos da autoridade monetária norte-americana em meio ao endurecimento da pandemia do novo coronavírus no país. As tensões políticas na Casa Branca também abalam o humor dos mercados. A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos iniciou nesta quarta a sessão que decidirá sobre a abertura de um processo de impeachment contra o presidente Donald Trump. O chefe de governo está sendo acusado de ter incitado os seus apoiadores a invadirem o Capitólio no último dia 6, incidente que resultou em cinco mortes e interrompeu momentaneamente a oficialização da vitória de Joe Biden nas eleições presidenciais. O processo ocorre após o vice-presidente, Mike Pence, se negar a invocar a 25ª emenda para destituir Trump.
No cenário doméstico, investidores ainda acompanham os desdobramentos das disputas pelo controle da Câmara dos Deputados e Senado. As eleições para a presidência das duas Casas está marcada para 1º de fevereiro e é motivo de disputa entre grupos de apoio e oposição ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). As negociações para agregar o maior número de votos congelaram os debates para aprovação dos textos estruturantes da economia. A expectativa do mercado é que pautas fundamentais para a recuperação do país no pós-pandemia, como as reformas tributária e administrativa, sejam tratadas imediatamente após a definição das presidências. Investidores também analisam a alta de 2,6% no setor de serviços em novembro, o sexto mês seguido de resultado positivo. Apesar do avanço na atividade mais importante para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e responsável pelo maior mercado de trabalho, o setor ainda não recuperou as perdas geradas pela pandemia do novo coronavírus.
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