Desencalhar navio no Canal de Suez pode levar ‘de dias a semanas’, diz especialista

O congestionamento em uma das vias navegáveis mais movimentadas do mundo está impactando o preço do petróleo; pelo menos 150 embarcações aguardam liberação da rota

  • Por Jovem Pan
  • 25/03/2021 12h09 - Atualizado em 25/03/2021 16h44
EFE/EPA/SUEZ CANAL AUTHORITY Navio cargueiro encalha no Canal de Suez, no Egito Na manha desta quinta-feira, 25, retroescavadeiras foram usadas para começar a cavar parte do leito do canal

Especialistas em transporte marítimo acreditam que pode levar dias ou até semanas para liberar o navio Evergreen, que está encalhado desde a terça-feira, 23, no Canal de Suez, no Egito. O porta-contêineres de 400 metros de comprimento e 220 mil toneladas está bloqueando uma das vias navegáveis mais movimentadas do mundo, que concentra 10% de todo o comércio marítimo internacional. De acordo com a emissora de televisão britânica BBC, pelo menos 150 embarcações, incluindo petroleiros e transportadores de grãos, estão aguardando a liberação da rota e formando um dos piores congestionamentos em anos. Peter Berdowski, CEO da empresa Boskalis, que está trabalhando para desencalhar o navio, afirmou à imprensa holandesa que é impossível libertar a embarcação com sua carga atual a bordo. Por esse motivo, será necessário remover toda água e todo óleo combustível do navio e aguardar a maré alta para movê-lo. Caso isso não funcione, a segunda opção é remover os contêineres e cavar o banco de areia no qual o Evergreen está alojado. Segundo o especialista, o processo, que teve início nesta quinta-feira, 25, pode levar de dias a semanas.

A Autoridade Egípcia do Canal de Suez (SCA) afirma que o navio, que viajava da Ásia com destino à Holanda, encalhou devido à uma rajada de vento de 74km/h, que teria feito com que o casco desviasse da hidrovia. Além disso, o vento estava supostamente carregado de areia, fenômeno comum nessa época do ano que pode ter prejudicado a visão da tripulação. A proprietária do cargueiro, a empresa japonesa Shoei Kisen Kaisha, pediu desculpas pela interrupção do comércio global. Com 193 quilômetros de comprimento e 24 metros de profundidade, o Canal de Suez representa o trajeto mais rápido entre o Oceano Atlântico e o Oceano Índico, motivo pelo qual uma média de 50 navios passam por ali todos os dias. Uma rota alternativa é contornar o Cabo da Boa Esperança no extremo sul do continente africano, viagem que pode acarretar em um atraso de mais duas semanas. Os preços globais do petróleo bruto subiram mais de 6% na quarta-feira, 24, depois que o tráfego pelo canal foi suspenso, mas caíram ligeiramente nesta quinta-feira, 25.

 

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