Navio envolvido em vazamento de petróleo no Peru é impedido de zarpar

Estimativas do governo peruano mostram que mais de 174 hectares foram atingidos pelo vazamento naquele considerado o ‘desastre ambiental mais preocupante’ dos últimos anos

  • Por Jovem Pan
  • 21/01/2022 11h36 - Atualizado em 21/01/2022 11h37
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Cris BOURONCLE / AFP pessoas limpando petróleo que vazou no chile Governo do país latino convocou voluntários para limpar praias no país

O Peru proibiu nesta quinta-feira, 20, que o cargueiro de bandeira italiana “Mare Dorium”, envolvido no vazamento de cerca de 6 mil barris de petróleo na costa central do país, seguisse viagem. A embarcação, que agora está presa na nação latina, descarregava baris de petróleo e é a possível fonte do vazamento, que foi atribuído por autoridades às ondas causadas pela erupção vulcânica em Tonga. “Algumas medidas foram implementadas, por exemplo, o impedimento de zarpar para o navio que esteve envolvido neste fato, ou seja, neste momento há um impedimento para que este navio possa se mover”, disse em entrevista coletiva a chefe de gabinete, Mirtha Vásquez. “Estamos solicitando como medida uma carta de garantia, caso este navio queira zarpar, por 150 milhões de soles (cerca de 38 milhões de dólares)”, acrescentou. O governo peruano anunciou na quinta-feira que iria recrutar voluntários para limpar as praias afetadas pelo vazamento.

“Pedimos a todas as pessoas que quiserem colaborar de forma voluntária que entrem em contato com o Ministério do Meio Ambiente, o qual irá organizar as equipes de voluntários para que intervenham com segurança”, disse Mirtha Vásquez. Vásequez também anunciou que uma equipe de especialistas das Nações Unidas chegará ao Peru para assessorar o governo peruano, nas medidas necessárias para enfrentar o vazamento de petróleo. “Hoje alcançamos um acordo muito importante com o Escritório de Assuntos Humanitários das Nações Unidas, que está enviando uma equipe de especialistas em desastres ambientais para assumir um trabalho de assessoramento gratuito ao Estado peruano”, indicou. O presidente do país, Pedro Castillo, ressaltou que o governo irá liderar as ações para reduzir os danos causados pelo vazamento nas praias dos distritos costeiros de Ventanilla, na província de Callao, Santa Rosa e Ancón, que descreveu como o “desastre ambiental mais preocupante registrado na costa peruana nos últimos tempos”.

O derramamento ocorreu no sábado na Refinaria La Lampilla, localizada em Ventanilla. Segundo a empresa, o acidente aconteceu durante o processo de descarga do navio-tanque “Mare Dorium”, de bandeira italiana. O Peru exigiu à Repsol “ressarcir” os danos pelo vazamento dos 6 mil barris de petróleo, atribuído pela empresa às ondas causadas pela erupção vulcânica em Tonga. O Ministério do Meio Ambiente confirmou que foram afetados mais de 174 hectares (equivalentes a cerca de 270 campos de futebol) na faixa da praia-litoral e 118 de superfície no mar. Pelas correntes marinhas, o petróleo se espalhou para as praias dos distritos de Ancón, Santa Rosa e Chancay, onde foram encontrados aves, leões marinhos e pinguins mortos. La Pampilla tem uma capacidade de processamento de 177 mil barris diários, mais da metade do volume total de refinamento do Peru, segundo a empresa de petróleo espanhola.

*Com informações da AFP

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