Deputado que levou colchão a Silveira diz que decisões de Moraes são ‘desproporcionais’

Luiz Lima (PL-RJ) prega ‘harmonia’ entre os Poderes e defende que colega da Parlamento tenha ‘liberdade’ para se expressar

  • Por Jovem Pan
  • 30/03/2022 20h39
Agência Câmara/Reprodução Homem de terno discursa no plenário da Câmara Deputado Luiz Lima (PL-RJ)

Em entrevista à Jovem Pan na tarde desta quarta-feira, 30, o deputado federal Luiz Lima (PL-RJ) afirmou que as decisões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), contra o deputado Daniel Silveira (União Brasil-RJ) são “desproporcionais” e passam “por cima dos mecanismos de punição da própria Câmara dos Deputados“. O nadador olímpico foi um dos parlamentares solidários a Silveira: na noite desta terça-feira, 29, Lima levou um colchão ao gabinete do colega fluminense, que decidiu “morar” na Câmara para não ter que cumprir a determinação de Moraes para a colocação de tornozeleira eletrônica.

“Estávamos aqui no final da noite de ontem no Plenário e, quando ele [Daniel Silveira] decidiu ir para seu gabinete, me fez esse pedido para trazer um colchão e assim o fiz trazendo um para ele passar a noite aqui”, disse Luiz Lima à reportagem. O deputado do PL diz esperar que seu gesto não seja interpretado como uma forma de afrontar o Poder Judiciário. “Meu papel nesta história é trazer harmonia para que os Poderes estejam em equilíbrio e que o Congresso tenha liberdade”, resume.

“Daniel é um deputado que tem liberdade de expressão e a punição de Moraes passa por cima dos mecanismos de punição da própria Câmara dos Deputados. Desrespeita o poder Legislativo quando você o pune e tira suas mídias, o poder de fala, a possibilidade dele viajar o país e outros municípios do Estado e impõe novamente uma tornozeleira eletrônica sem motivo. Ele não é um corruptor e não é um corrupto, Daniel já ficou preso onze meses. Achamos as ações bem desproporcionais. Não só eu como outros deputados também”, acrescenta o deputado.

Na tarde desta quarta-feira, 30, a Polícia Penal do Distrito Federal e a Polícia Federal estiveram na Câmara dos Deputados para cumprir a decisão do ministro Alexandre de Moraes. “O parlamentar foi cientificado e não consentiu a instalação do aparelho. A recusa foi certificada pelas autoridades policiais”, informou a Diretoria-Geral da Casa. O magistrado foi notificado da recusa e deve emitir uma nova decisão nas próximas horas.

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