França lança candidatura à Prefeitura de SP com críticas a Doria e Bolsonaro: ‘Aqui, nenhum manda’
Ao falar do desempenho do governo federal, França citou a recessão e alta do preço do saco de arroz, assunto que tem causado desgaste ao presidente da República
Com críticas tanto ao governador do Estado, João Doria (PSDB), quanto ao presidente da República, Jair Bolsonaro, o ex-governador Márcio França foi confirmado candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PSB na manhã desta terça-feira (11), durante evento na Câmara Municipal. “Aqui, em São Paulo, nenhum dos dois manda”, discursou França, citando o presidente e o governador. Ele poupou o prefeito Bruno Covas (PSDB), seu oponente, de críticas, citando sua proximidade com o falecido avô do mandatário, Mário Covas. Limitou-se a dizer que não concorda com a forma de o prefeito governar por avaliar que a Prefeitura atende a muitas exigências do governo do Estado. Ao falar do desempenho do governo federal, França citou a recessão e alta do preço do saco de arroz, assunto que tem causado desgaste ao presidente da República. “E, além de tudo, vai o arroz a R$ 40. Daqui a pouco você vai ter que trabalhar o mês todo para comprar um saco de arroz”, disse.
Márcio França ainda criticou o presidente e o governador por “não ter plano” para a economia. Disse ter elaborado um projeto de investimento emergencial em São Paulo, para ser implementado em janeiro. A campanha se refere à iniciativa como uma espécie de “Plano Marshall para São Paulo“, em referência ao plano de recuperação econômica por meio do qual os Estados Unidos ajudaram os países da Europa a se recuperarem após a Segunda Guerra Mundial. O plano envolve a criação de uma frente de trabalho em que pessoas prestam serviços de zeladoria para a cidade três vezes por semana em troca do recebimento de um auxílio emergencial nos moldes dos R$ 600, pagos pelo governo federal. Uma parte do dinheiro necessário viria da demissão de ocupantes de cargos comissionados na prefeitura.
Durante coletiva de imprensa após a convenção, França dividiu os candidatos da disputa pela Prefeitura em dois campos: os que estão alinhados ao governo Doria e os que se opõem ao governo. Ele se coloca como o candidato mais forte da oposição a Doria e cita como um dos fundamentos o fato de ter ganhado do rival na cidade de São Paulo quando foi derrotado na eleição em 2018. Ambos disputaram o governo de São Paulo. Além disso, cita a fatia de tempo de rádio e TV que terá a sua disposição, faixa que só e menor que a de Covas. “O Celso Russomanno (pré-candidato do Republicanos) é um nome conhecido e disputa com o Bruno”, afirmou França, sobre o líder nas pesquisas. “Eu vou disputar a outra faixa com (Guilherme) Boulos, (Jilmar) Tatto, Orlando Silva. Mas eu quero lembrar que, na eleição passada, no primeiro turno, eu tive 23% dos votos na cidade. Com muitos candidatos, quem tiver 20% dos votos aqui em São Paulo estará no segundo turno”, argumentou.
Com perfil de articulador político, França é o único candidato além de Covas que conseguiu formar uma coligação no seu entorno. Além de seu partido, o PSB, França conta com o apoio de PDT – que indicou o vice, Antônio Neto – , Solidariedade, Avante e PMN. A colocação deverá assegurar ao candidato cerca de 20% do horário eleitoral gratuito de rádio e televisão, mas os números ainda não foram computados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Covas, que compôs aliança com PP, DEM, PL, PSC, Podemos e Pros, terá cerca de 40% do tempo. O terceiro e o quarto maior tempo de TV ficará com PT (cujo candidato é Jilmar Tatto) e com PSL (que lançou a deputada Joice Hasselmann), que detêm as maiores bancadas federais, com 55 e 41 deputados, respectivamente. Eles terão cerca de 10% do tempo de TV.
*Com Estadão Conteúdo
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