Confira como foi a terceira sessão do julgamento no TSE que pode tornar Bolsonaro inelegível
Ex-presidente é acusado de uso indevido dos meios de comunicação e abuso do poder político por reunião com embaixadores, em julho de 2022; placar é de 3 a 1 pela inelegibilidade
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) retoma nesta quinta-feira, 29, o julgamento que pode tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inelegível por oito anos. O ex-mandatário é alvo de uma ação movida pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT) por uso indevido dos meios de comunicação e abuso de poder político pela reunião com embaixadores, em julho de 2022. Como o site da Jovem Pan mostrou, a Corte Eleitoral iniciou o julgamento na última quinta, 22, com a leitura do relatório do ministro corregedor-geral eleitoral Benedito Gonçalves, seguido pela sustentação dos advogados e manifestação do Ministério Público Eleitoral (MPE), representado pelo vice-procurador Eleitoral, Paulo Gonet Branco, que defendeu o entendimento de que Bolsonaro deve ser condenado por desvio de finalidade. O julgamento foi retomado com voto do relator na última terça-feira, 27, que se manifestou pela inelegibilidade do ex-presidente. CONFIRA AQUI como foi o segundo dia de julgamento.
Confira abaixo a cobertura especial do site da Jovem Pan sobre o julgamento:
12h58 – Encerramos por aqui a cobertura do terceiro dia de julgamento no TSE. Agradecemos a todos que acompanharam e retomamos na próxima sexta-feira, 30
12h57 – Alexandre de Moraes suspende julgamento
O presidente da Corte Eleitoral, Alexandre de Moraes, suspendeu o julgamento da ação. A previsão é que seja retomado na sexta-feira, 30, com voto da ministra Cármen Lúcia.
12h55 – 3×1: André Ramos Tavares vota por tornar Bolsonaro inelegível
“Meu voto para acompanhar o ilustre relator e julgar parcialmente procedente os pedidos formulados na petição inicial, declarando a inelegibilidade de Jair Messias Bolsonaro para as eleições a se realizarem nos oito anos subsequentes a eleição de 2022”, encerrou André Ramos Tavares.
12h45 – Claudio Dantas: Antes mesmo de cassação, Bolsonaro já se sente abandonado por PL
Principal ativo eleitoral do PL de Valdemar Costa Neto, Jair Bolsonaro corre o risco de ter seus direitos políticos. Interlocutores da cúpula do partido avaliam que o cacique da legenda, embora tenha feito pronunciamentos públicos em defesa do ex-presidente, no fundo torce para sua cassação. Um de seus conselheiros chegou a dizer que, caso seja cassado, Bolsonaro elegerá 20% a mais de prefeitos em 2024, apenas como cabo eleitoral. Conversa fiada, claro. Uma vez cassado, o ex-presidente ainda deverá passar meses sendo fritado na CPMI do 8 de janeiro, dominada por governistas. Sem uma estratégia de contra-ataque, sua imagem pública passará por um processo de desgaste de difícil recuperação. Bolsonaro sabe disso e já se sente abandonado, dando sinais de depressão, sem alguns de seus principais conselheiros – presos por Alexandre de Moraes por suspeita de adulteração do cartão de vacinação –, e vivendo sem estrutura mínima do partido. Leia mais.
12h35 – André Ramos Tavares fala sobre desvio de finalidade e abuso de poder
O ministro André Ramos Tavares citou depoimentos dos envolvidos na organização da reunião no Alvorada, como o então chefe do cerimonial, Carlos França, e do então ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, de que não houve preparo do evento a nível diplomático, como deveria ser de praxe. “Ao contrário do que alegado, a exposição não teve caráter diplomático. Observa-se isso sim a mera roupagem diplomática, comprovada inclusive pelas condições em que ocorreu a reunião”. “A abordagem realizada com recurso ampla aos fatos inverídicos e a reverberação de seu conteúdo via TV Brasil e redes sociais do primeiro investigado (Bolsonaro) é que permitem a correta caracterização do evento, incerto como estratégia eleitoral calcada em questionamentos e ataques despidos de base racional voltados ao sistema eleitoral no interesse eleitoral dos investigados. Houve portanto, desvio de finalidade caracterizando-se abuso de poder”, continua o ministro em seu voto.
12h28 – ‘É inviável acolher tese de que não houve a divulgação de informação falsa’
“É inviável acolher a tese [da defesa] que não houve a divulgação de informação falsa. Total deslocamento da realidade. Apesar da existência de algum elemento fático, se fabricou uma nova camada, seja a cerca do significado dos fatos, seja dos seus desdobramentos. Assim, é legítimo caracterizar o discurso como falso”, diz o ministro André Ramos Tavares.
12h20 – Bolsonaro inelegível pode transformá-lo em ‘mártir vivo’, diz Feliciano
Em entrevista ao programa Pânico, da Jovem Pan News, o deputado federal Marco Feliciano (PL-SP) afirmou que a inelegibilidade de Jair Bolsonaro pode tornar o ex-presidente um “mártir vivo”. “Estive na semana passada com ele, nosso sentimento é que 90% aponta para ele ser inelegível. Se amputar Bolsonaro, acho que eles não deveriam fazer isso nesse momento. Ano que vem temos eleições, nossa intenção é fazer pelo menos mil das mais de 5.000 prefeituras. Imagina se deixa ele inelegível? Vão transformar ele em um mártir vivo, vamos fazer 2.000 prefeituras ou mais”, afirmou.
12h10 – Ministro André Ramos Tavares inicia seu voto
12h08 – Ministro Raul Araújo pede a palavra e fala em comparação ‘equivocada’ de Floriano
Em seu voto, ministro Floriano Marques citou argumento de Raul Araújo e divergiu do colega no que se refere a gravidade dos fatos, uma vez que eles não tiveram êxito de prejudicar as eleições. Fazendo uma analogia a um incêndio, Floriano argumento que independente do resultado, a mera tentativa já seria considerada criminosa, considerando o mesmo entendimento para a ação analisada. Ou seja, apenas a tentativa de desqualificar o sistema eleitoral já seria passível da inelegibilidade, o que Raul Araújo contesta. “No direito eleitoral, o incêndio só é punido com a inelegibilidade se adquirir uma determinada gravidade, uma certa escalada. Aí me parece ser imprópria a sua comparação”, disse Raul Araújo.
12h07 – 2×1: Floriano Marques vota por tornar Bolsonaro inelegível
“Agindo com responsabilidade direta e pessoal, sumindo os riscos da conduta por ocasião do evento reunião com embaixadores, em 18/07/2022, em claro abuso do poder político, desvio de finalidade em suas consequências e ainda uso indevido dos meios de comunicação social oficiais em benefício da própria candidatura reeleição para o cargo de presidente da república. De outro lado, de toda a instrução processa conclua não ter restado indicado, muito menos provado, comportamento do segundo investigado (Walter Souza Braga Netto) na prática das conduta.”
12h – Advogado de Bolsonaro afirma que irá recorrer ao STF caso ex-presidente seja condenado
Como o site da Jovem Pan antecipou, o advogado Tarcisio Vieira de Carvalho Neto afirmou que irá recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF), caso seu cliente perca o processo em tramitação e seja declarado inelegível. “A ação é de agosto, e remonta fatos de julho. Em dezembro, o ministro estabiliza a demanda e diz que o objeto contravertido é a reunião. Quando vem o 8 de janeiro e aqueles achados, o PDT aproveita a oportunidade para enxertar tudo isso no processo, dizendo que são desdobramentos dos fatos originários, que na visão da defesa não é correto”, explicou. Leia mais
11h50 – Ministro nega comparações entre atual julgamento e caso Dilma-Temer
11h40 – Floriano compara ação ao caso Francischini e defende inelegibilidade
Ministro Floriano de Azevedo Marques usou o caso do deputado Fernado Francischini, cassado pelo TSE em 2021 por disseminação de informação falsas contra o sistema eleitoral, como jurisprudência no processo de Bolsonaro. “Se um candidato a deputado fala o mesmo que o presidente da República é censurado e tornar inelegível, e vamos combinar que o potencial de um deputado estadual do Paraná é menor do que o de presidente, como essa Corte vai decidir que o mesmo teor de discurso não é suficiente? Votar em sentido contrário [a inelegibilidade de Bolsonaro] seria dar uma pirueta, não vejo como descaracterizar o precedente, com todo respeito à defesa e aos que divergem. Se esse plenário entender que no caso da Aije não há circunstância, cabe uma ação rescisória do caso Francischini, porque o caso é o mesmo”, diz o ministro, indicando que deve votar favorável a inelegibilidade.
Como o site da Jovem Pan mostrou, o caso de Francischini se refere a cassação, por 6 votos a 1, do deputado estadual bolsonarista Fernando Francischini. Em outubro do ano passado, os ministros do TSE cassaram o parlamentar, que realizou uma transmissão ao vivo nas redes sociais, no dia das eleições, em 2018, alegando fraude nas urnas eletrônicas. À época, a decisão do TSE foi considerada importante por criar uma jurisprudência sobre consequências da propagação de notícias falsas com interferência no processo eleitoral.
11h30 – Bolsonaro: ‘Falar de vacina, voto e projeto de censura passaram a ser crime no Brasil’
#AOVIVOJP | Julgamento de inelegibilidade no TSE
Bolsonaro (PL): "Não podemos deixar de discutir sobre qualquer assunto. Tudo pode se aperfeiçoar, mas parece que falar de vacina, voto e 'projeto da censura' passaram a ser crime no Brasil"
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— Jovem Pan News (@JovemPanNews) June 29, 2023
11h23 – Discurso de Bolsonaro teve ‘claro objetivo eleitoral’
“Analisando linha a linha o discurso apresentado pelo primeiro investigado (Jair Bolsonaro), me convenci que ele teve claro objetivo eleitoral, não no sentido apenas de questionar o processo eleitoral sem provas ou evidências consistentes, mas de angariar proveitos eleitorais na disputa de outubro em desfavor de seus concorrentes, disse o ministro Floriano de Azevedo Marques, que segue lendo o seu voto.
11h15 – ‘É incompatível argumento que reunião com diplomatas foi mero ato regular’
“É incompatível o argumento de que a reunião com representantes diplomáticos foi mero ato regular (…) fazendo realizar-se de improviso na residência oficial do chefe do Estado. Ainda sobre o preparo, faço uma consideração. O primeiro investigado (Jair Bolsonaro) era já candidato à reeleição”, continua o ministro Floriano de Azevedo Marques.
11h05 – ‘Estamos convictos de que será feita justiça e Bolsonaro será inelegível’, diz Zucco
O presidente da CPI do MST, deputado federal Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS), disse acreditar na vitória de Jair Bolsonaro no julgamento em tramitação no Tribunal Superior Eleitoral. “Estamos convictos de que será feita justiça e ele não se torne inelegível. Precisamos dar resposta à sociedade. Tivemos casos semelhantes com outros governantes que não tiveram a sua inelegibilidade mantida”, afirmou Zucco, em entrevista ao Jornal da Jovem Pan. Leia mais
10h50 – Ministro Floriano de Azevedo Marques inicia seu voto
“Antecipo que no meu voto, tudo que foi trazido aos autos, o achado da minuta de decreto, as lives pretéritas e futuras, os depoimentos sobre o contexto dessas lives, são ao meu ver marginais para análise dessa Aije”, inicia o ministro Floriano de Azevedo Marques.
10h48 – Raul Araújo vota a favor de Bolsonaro e empata julgamento
“Fato é que a intensidade do comportamento concretamente imputado a reunião de 18/07/2022 não foi tamanha a ponto de justificar a medida extrema da inelegibilidade. Especulações e ilações não são suficientes para construir a qualificação jurídica, razão pela qual a inescapável conclusão pela ausência de gravidade suficiente. No disposto, julgo improcedente o pedido”, votou Raul Araújo.
10h44 – Raul Araújo diz que reunião foi ‘ato solene’ e nega desvio de finalidade
Ministro Raul Araújo nega desvio de finalidade da EBC na transmissão da reunião com embaixadores: “Seja qual fosse o conteúdo do discurso preferido pelo então presidente da República houvesse ou não sido realizada a questionada reunião com embaixadores empresa publica de telecomunicações iria naturalmente repercutir a agenda presidencial. Assim debater a qualificação da reprodução da reunião pela EBC como desvio de finalidade só tem sentido caso previamente considerada abusiva e grave a própria reunião transmitida o que já foi afastada”.
10h37 – Ministro cita números para argumentar que discurso teve ‘pouco efeito’
“O conteúdo do discurso surtiu pouco efeito ao suposto efeito de deslegitimar as urnas, tese central do autor investigante. Caso contrário, teria um número de redução dos eleitores”.
10h20 – Raul Araújo rebate explicação de Benedito: ‘Houve farta referência a minuta’
“Me parece que houve sim farta referência [no voto do relator] a esse achado, a minuta de decreto, como a outros fatos posteriores, como caracterizados que haveria predisposição de ruptura democrática naquele governo [de Bolsonaro]”, afirmou o ministro, dando continuidade ao voto.
10h18 – Benedito explica que seu voto não é baseado na minuta
Por sua vez, o ministro Benedito Gonçalves respondeu que seu relatório não diz que o processo investiga a minuta. “Meu voto foi claro. Primeiro, não está se apurando aqui minuta. Foi um reflexo da conclusão que tive do meu voto, dos efeitos do discurso, da reunião que se apura, das inverdades que se apura”, explicou o relator Benedito Gonçalves.
10h15 – Cármen Lúcia interrompe voto de Raul Araújo
A ministra Cármen Lúcia pediu a palavra durante a leitura do voto de Araújo, questionando se o voto do relator havia referência de que a minuta de decreto de Estado de Defesa, o que estaria justificando a divergência no ministro Araújo. “Não me pareceu que no voto [do relator] tivesse referência que esse documento [minuta], tivesse referência de autoria ou responsabilidade do primeiro investigado. No meu voto, nem uso este dado. Fiz um voto apenas da cena que é o investigado, quero apenas entender isso”, afirmou Cármen Lúcia. Em suma, a ministra questiona se o relator Benedito Gonçalves teria usado a minuta para embasar sua análise, uma vez que as afirmações de Raul Araújo trazem esse entendimento. O presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, também se posicionou: “O longo voto do eminente relator se baseou na reunião. O fato de ter juntado essa minuta golpista em nada afetou, pelo que eu tenha lembrado do voto do eminente relator, e ainda não se apurou a responsabilidade disso”.
10h13 – Ministro defende impossibilidade de responsabilizar Bolsonaro pelo 8 de Janeiro
“A impossibilidade de se atribuir ao primeiro investigado (Jair Bolsonaro) a responsabilidade objetiva pela existência da minuta de desconhecida autoria ou pelas nefastas ocorrências do dia 8 de janeiro de 2023, dado que inexiste qualquer elemento que vincule Jair Messias Bolsonaro a tais fatos”.
10h10 – Raul Araújo exclui minuta e ‘fatos alegados de não aceitação’ da eleição
“Compreendo não ser possível na presente ação de investigação valer-se para o fim de aferir a configuração do ato abusivo de elementos cujo referencial seja posterior a data do pleito, razão pelas quais não serão apreciados temas como a minuta de decreto de Estado de Defesa, aprendida na residência do ex-ministro da Justiça em 12 de janeiro e os fatos alegados da não aceitação dos resultados eleitorais”, diz Raul Araújo, novamente se posicionando de forma contrária a inclusão da minuta encontrada na casa do ex-ministro Anderson Torres. Para o magistrado
10h02 – Análise do relator abrange fatos que ‘extrapolam os contornos originais’
“Portanto, a causa da presente Aije seja a reunião dos embaixadores ocorrida no palácio da Alvorada, no dia 18 de julho de 2022, e sua transmissão pela TV Brasil e redes sociais de Jair Messias Bolsonaro, a análise levada a efeito pelo relator abrangeu fatos e circunstâncias outros, que extrapolam os contornos originais.”
9h57 – Deputados preparam projeto de lei que prevê anistia a Bolsonaro
Como o site da Jovem Pan mostrou, deputados da oposição preparam um projeto de lei para dar anistia a todos os políticos que cometeram irregularidades eleitorais em 2022. O autor da proposta é o deputado federal Sanderson (PL-RS), atual presidente da Comissão de Segurança Pública. Ele ocupou o cargo de vice-líder do governo Bolsonaro na Câmara dos Deputados até o ano passado. “Uma coisa é você prender em flagrante, flagrar alguém comprando voto, praticando ato de violência, um homicídio em razão de uma disputa eleitoral, uma mala ou apartamento cheio de dinheiro. Outra coisa é você em um ilícito eleitoral civil, que é a situação dessas ações de investigação eleitoral, retirar o maior líder da direita no Brasil”, explicou Sanderson.
9h45 – Ministro inicia análise do mérito
9h42 – Raul Araújo segue entendimento do caso Dilma-Temer e vota contra inclusão da minuta
“Por tudo exposto, divirjo do relator nessa preliminar, para acolher a preliminar de indevida ampliação da demanda para decotar da análise do caso todo e qualquer elemento que tenha como base referências estranhas aos fatos descritos na inicial, consistentes na reunião realizada com embaixadores em período eleitoral, o conteúdo do discurso ali pronunciado e sua divulgação”, argumenta Raul Araújo em seu voto, se posicionando contra a inclusão da minuta de decreto de Estado de Defesa no caso.
9h35 – Inexiste qualquer elemento capaz de sustentar a relação entre a reunião e a minuta
Raul Araújo ponderou que a minuta só foi encontrada depois do dia 8 de janeiro e que no início de fevereiro já estava admitindo a sua juntada. “A análise quanto a pertinência ou não dos eventos é próprio do julgamento final, que agora fazemos, após a conclusão da instrução, seja para reconhecer que o achado representa um desdobramento contido na causa, com posterior avaliação no mérito na aferição da validade da conduta, como faz o relator, seja para rejeitar tal relação, hipótese na qual a juntada da minuta se revela sem nexo e, assim, ofensiva a estabilização da demanda. (…) No caso, inexiste qualquer elemento informativo capaz de sustentar, para além de ilações, a existência de relação entre a reunião e a minuta de decreto, a qual sem origem e data persiste de autoria desconhecida.”
9h25 – Ministro apresenta divergência ao voto do relator sobre minuta
Ministro Raul Araújo Filho disse que diverge do relator Benedito Gonçalves sobre o item 1.3 do processo, que se refere à inclusão da minuta de decreto de Estado de Sítio encontrada na casa do ex-ministro Anderson Torres.
9h18 – Raul Araújo Filho inicia leitura de seu voto
“Cumprimento o relator, corregedor-geral eleitoral Benedito Gonçalves, pelo trabalho hercúleo e denso do voto, que nos trouxe na última sessão, saldando também o vice-procurador e os advogados da parte investigando e investigada”, inicia Raul Araújo.
9h16 – Ministros assumem seus lugares e Alexandre de Moraes declara aberta sessão
9h05 – Sessão começa com voto do ministro Raul Araújo Filho
A sessão desta quinta-feira, 29, começa com o voto do ministro Raul Araújo Filho. Na sessão da última terça-feira, 27, ao ser questionado pelo presidente da Corte Eleitoral, Alexandre de Moraes, se gostaria de iniciar seu voto, ele se manifestou pela suspensão do julgamento. Em seguida, votam os ministros Floriano de Azevedo Marques, André Ramos Tavares, Cármen Lúcia (vice-presidente do TSE), Nunes Marques e, por último, Alexandre de Moraes.
8h55 – Relembre a reunião de Bolsonaro com embaixadores
Objeto da ação movida pelo PDT, a reunião de Jair Bolsonaro com embaixadores brasileiros aconteceu em 18 de julho de 2022, no Palácio da Alvorada. Na ocasião, o então chefe do Executivo falou sobre o sistema eleitoral e possíveis falhas nas urnas eletrônicas. Entre outras coisas, o mandatário citou o caso da invasão hacker no sistema do TSE e sugeriu que os invasores poderiam “alterar nomes de candidatos e transferir votos de um para transferir a outros”, ocorrência nunca registrada. Sem mostrar provas, Bolsonaro também disse que o processo eleitoral era “falho e inauditável” e fez críticas diretas a ministros, como Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso e Edson Fachin. “Sei que os senhores [embaixadores] querem a estabilidade democrática no nosso país, mas ela só será conseguida com eleições transparentes e confiáveis”, ressaltou Bolsonaro, no evento.
Em nota, a Secretaria Especial de Comunicação Social da gestão de Bolsonaro destacou que o encontro teve o intuito de sublinhar o seu desejo de “aprimorar os padrões de transparência e segurança do processo eleitoral brasileiro”, sendo prioridade assegurar que a “vontade do povo brasileiro” prevaleça nas eleições de outubro. Após a repercussão do encontro, o TSE esclareceu, em nota, que a invasão ao sistema da corte eleitoral “não representou qualquer risco à integridade das eleições de 2018”, já que o “código-fonte dos programas utilizados passa por sucessivas verificações e testes, aptos a identificar qualquer alteração ou manipulação”.
8h45 – Caso Lollapalooza, multa do PL e mais: Conheça o ministro que pode interromper julgamento
Indicado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2010 para o cargo de ministro do Superior Tribunal de Justiça, Raul Araújo é formado em direito pela Universidade Federal do Ceará e bacharel em economia pela Universidade de Fortaleza. Além da carreira como advogado, o cearense atuou como promotor e procurador-geral do Estado do Ceará, além do cargo de desembargador do Tribunal de Justiça. Em 2022, durante o período eleitoral, o ministro Raul Araújo atendeu a um pedido do Partido Liberal (PL) e determinou a proibição de manifestações políticas de artistas durante o festival de música Lollapalooza. O ministro também foi o único a votar contra a multa de R$ 22,9 milhões imposta ao PL, que havia pedido a anulação dos votos depositados em 279 mil urnas utilizadas no segundo turno da eleição presidencial. Também durante a campanha, o magistrado atendeu a um pedido da sigla de Valdemar Costa Neto e concedeu liminar mandando que fossem excluídos vídeos de Lula chamando Bolsonaro de “genocida”. Leia mais
8h31 – Bolsonaro diz acreditar que Raul Filho vai pedir vista: ‘Isso nos ajuda’
O ex-presidente Jair Bolsonaro acredita na possibilidade do ministro do Superior Tribunal de Justiça e membro titular do TSE, Raul Araújo Filho, pedir vista no julgamento desta quinta-feira, 29. Na prática, o pedido de mais tempo para análise pode postergar o resultado da ação, que pode tornar o ex-mandatário inelegível, em até 90 dias. “Ele (ministro Raul) é conhecido por ser um jurista bastante apegado à lei e, apesar de estar em um tribunal político-eleitoral, há uma possibilidade de pedir [vista]. Isso é bom, porque ajuda a gente, clareando os fatos”, assegurou Bolsonaro. A defesa do ex-presidente também conta com a possibilidade de pedido de vista do ministro Kassio Nunes Marques, indicado por Jair ao Supremo Tribunal Federal (STF).
8h15 – Bolsonaro deixa Brasília e embarca para o Rio antes de retomada do julgamento no TSE
Pouco antes da retomada de seu julgamento no TSE, o ex-presidente Jair Bolsonaro embarcou de Brasília em direção ao Rio de Janeiro, na manhã desta quinta-feira, e falou ao vivo à reportagem da Jovem Pan News durante o Jornal da Manhã. Ele voltou a se defender das acusações de abuso de poder e afirmou ser vítima de um “julgamento político”. “Julgamento político. (…) O que parece que a esquerda quer? Ter uma eleição em 2026 sem concorrente, W.O. basicamente. Poderia até se pensar, pensando pela esquerda, se é que eles pensam, que está dispensada a eleição de 2026, sem um concorrente à altura. Seria eleger o Lula por aclamação”, afirmou Bolsonaro. Ele também comparou seu caso com o da chapa Dilma-Temer. “A chapa Dilma-Temer foi absolvida mesmo com excesso de provas ao contrário. Criou-se uma jurisprudência, naquele momento não se julgou novas ações que foram incluídas no processo e o Temer continuou presidente.”
O ex-presidente também reafirmou que pretende disputar as eleições de 2026. “Repito, eu só fiz essa reunião (com embaixadores) porque dois meses antes o senhor Edson Fachin, que estava no TSE também, reuniu-se com embaixadores. Qual o problema de você apresentar propostas para aperfeiçoar aquilo que é a alma da democracia, que nós podemos dar para a população a garantia de que as eleições foram transparentes e seguras, qual o problema disso?”, questionou. Questionado sobre a “bala de prata” que disse ter contra o julgamento, Bolsonaro afirmou: “É para o futuro, se porventura acontecer aquilo que eu espero que não aconteça. Eu ainda conto com a isenção da maioria dos integrantes do TSE.”
8h – Começa aqui a cobertura do site da Jovem Pan do terceiro dia de julgamento
O Tribunal Superior Eleitoral julgará a Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije), apresentada pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT), que pode tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro inelegível. O ex-mandatário é acusado de uso indevido dos meios de comunicação e abuso do poder político por questionamentos feitos sobre o sistema eleitoral, durante uma reunião com embaixadores, em julho de 2022. O placar está 1 a 0 pela inelegibilidade do ex-presidente. CONFIRA AQUI como foi o segundo dia de julgamento.
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