Anabolizantes: o que são, para que servem e quais os riscos do mau uso
Mesmo com uso controlado no Brasil, a procura por essas substâncias para fins estéticos é cada vez maior; saiba para quem esses medicamentos são realmente indicados
Os esteroides anabolizantes são uma série de substâncias sintéticas com estrutura química e ação biológica similares à testosterona, hormônio fundamental para a saúde do homem. São medicamentos indicados, principalmente, para casos em que os níveis de testosterona estejam baixos, o que pode provocar desequilíbrio no metabolismo, perda de massa muscular, aumento de gordura e falta de libido. No Brasil, essas substâncias só podem ser vendidas em farmácias e com retenção de receita médica. Já o uso com finalidade estética ou para aumentar o rendimento esportivo é proibido. Mesmo assim, é cada vez maior o consumo desses medicamentos por homens e mulheres, geralmente entre 20 e 35 anos, interessados em aumentar o ganho muscular e acelerar o processo de queima de gordura.
O médico Alexandre Hohl, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia, alerta sobre efeitos adversos da utilização das populares “bombas”. “Os riscos [para homens e mulheres] são alteração da pele, alterações de articulações, alteração de fígado, alteração do coração e risco de morte”. Segundo o especialista, no caso das mulheres, que não têm indicação de uso de testosterona, os prejuízos podem ser ainda maiores. “Se homem tinha doença que tinha que repor, para mulher não tem. E aí o que acontece? A voz fica voz fica grave, a mama muda a densidade, o cabelo cai, para de menstruar, o clitóris aumenta de tamanho, além das alterações de fígado e coração e risco de morte. Ou você trata uma doença, ou você tá usando [anabolizantes] de maneira inadequada e os riscos, em geral, são maiores que os benefícios”.
Entre os fatores que contribuem para os abusos está a facilidade de acesso a esses medicamentos. Para driblar as normas, muitos compram em sites estrangeiros ou até mesmo de forma clandestina. Quem comercializa esse tipo de substância irregularmente pode ser punido por prática semelhante ao tráfico de drogas. “Às vezes eu costumo fazer uma analogia disso com o sujeito que brinca de roleta russa. Só que em vez de colocar uma bala ele tá colocando cinco. E a chance de ele perder é muito grande. Aí ele faz uma vez, não acontece nada, beleza. Faz segunda, uma hora ele vai perder. É o tipo de situação que as pessoas pensam que só vai acontecer com os outros, isso não vai acontecer comigo. Então, o que é seguro? É não usar”, explica o presidente da Confederação Panamericana de Medicina do Esporte, José Kavasóe. Tá Explicado?
Gostaria de sugerir algum tema para o programa? É simples. Encaminhe a sugestão para o e-mail online@jovempan.com.br e escreva Tá Explicado no assunto. Participe!
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.