Projeto reserva para mulheres 25% das vagas dos concursos de segurança pública

Para o deputado Roberto Pessoa (PSDB-CE), presença de mulheres na segurança pública afastaria imagem de truculência e corrupção das forças policiais

  • Por Jovem Pan
  • 22/12/2019 13h24
Michel Jesus/ Câmara dos Deputados O deputado federal Roberto Pessoa (PSDB-CE) é o autor do projeto

Projeto de Lei apresentado pelo deputado federal Roberto Pessoa (PSDB) pretende reservar para as mulheres 25% das vagas oferecidas nos concursos públicos na área de segurança pública. A proposta tramita na Câmara dos Deputados.

Pelo texto, a reserva de vagas será aplicada sempre que o número de vagas oferecidas for igual ou superior a quatro e constará expressamente dos editais dos concursos públicos, que deverão especificar o total de vagas correspondentes para cada cargo oferecido. As candidatas concorrerão ao mesmo tempo às vagas reservadas e às destinadas à concorrência geral, de acordo com a sua classificação no concurso.

Caso não haja candidatas aprovadas em número suficiente para ocupar as vagas reservadas, as remanescentes serão revertidas para a ampla concorrência e serão preenchidas pelos demais candidatos aprovados, conforme a classificação.

Segundo Roberto Pessoa, a proposta tem o objetivo de subsidiar a formulação de projetos e políticas pautadas pelo respeito à igualdade de gênero. “A Pesquisa Perfil das Instituições de Segurança Pública (Senasp) apurou que a participação feminina nas polícias civis corresponde a menos de 20% do efetivo nacional. Nas polícias militares e nos bombeiros, essa participação é de 7,2% e 7,9%, respectivamente. Nessas duas corporações militares, vários estados ainda mantêm as cotas para o ingresso de mulheres, variando de 10% a 15% das vagas disponibilizadas a cada concurso”, apontou o parlamentar.

Pessoa afirmou que a entrada das mulheres nas instituições de segurança pública, particularmente nas forças policiais, vem se dando de forma gradativa desde o século passado e tem como objetivo melhorar a relação das instituições com a sociedade.

“Afastar a imagem de truculência, corrupção e abusos que acompanham a história dessas instituições constituiria o efeito esperado dessa presença feminina nos quadros policiais, ou seja, a atuação policial deixaria de ser uma atuação eminentemente de força e de intimidação para, aos poucos, tornar-se uma atuação relacional com a sociedade, técnica e protetiva”, defendeu.

O projeto tramita em caráter conclusivo e será analisado pelas comissões de Defesa dos Direitos da Mulher; de Trabalho, de Administração e Serviço Público; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

*Com Agência Câmara

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