Delgatti diz à CPI do DF que Bolsonaro ‘solicitou’ invasão ao CNJ

Hacker da Vaza Jato acusa o ex-presidente e a deputada Carla Zambelli de serem mandantes da invasão ao sistema da instituição e da tentativa frustrada de invadir urnas eletrônicas

  • Por Brasília
  • 14/09/2023 15h12
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Marcos Oliveira/Agência Senado Hacker Walter Delgatti Neto, em pronunciamento na CPMI do 8 de Janeiro Delgatti foi ouvido pela CPI da Câmara Legislativa do DF nesta quinta-feira, 14

Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), Walter Delgatti reforçou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sabia e solicitou a invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O hacker de Araraquara já havia feito acusações semelhantes em oitiva à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro. Delgatti ainda deu mais detalhes sobre um café da manhã com Bolsonaro no Palácio da Alvorada. Durante a reunião, Bolsonaro teria pedido para o hacker inserir mandados falsos de prisão contra Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). “Eles queriam um jeito de mostrar que o sistema era vulnerável […] Então, tive a ideia de fazer o despacho e emitir a prisão de Moraes como se fosse ele mandando ele prender ele mesmo”, disse Delgatti.

Além disso, o ex-presidente teria pedido para o hacker invadir o sistema das urnas eletrônicas com a finalidade de gerar um “caos” para tentar manter Bolsonaro no poder. “Ideia seria o caos. Desde lá atrás, se o ex-presidente não ganhasse a eleição, ele causaria um caos a ponto de ser refeita a eleição ou então de continuar no poder sem ser pelo meio democrático”, afirmou Delgatti. O depoente disse ter sido “cooptado” pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que teria lhe contatado para cometer irregularidades. “Fui cooptado pelo ex-presidente em proposta semelhante à da Zambelli”, disse, referindo-se ao pedido de invadir os sistemas de Justiça. No depoimento à CPMI em 17 de agosto, Delgatti afirma que topou o “emprego” pedido por Zambelli e tentou burlar os sistemas em troca de um perdão presidencial. O hacker afirmou no depoimento a deputados federais e senadores que Jair Bolsonaro teria lhe oferecido um indulto presidencial em troca da invasão das urnas, e que como já havia sido condenado pela Vaza Jato, topou participar do esquema.

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