O que é a intercambialidade de vacinas contra a Covid-19? Saiba se o método é seguro

A falta de doses da AstraZeneca, nas primeiras semanas de setembro, fez com que diversas cidades brasileiras passassem a oferecer a segunda aplicação com a Pfizer; estudos mostram que a combinação de imunizantes pode oferecer proteção ainda maior

  • Por Lívia Zanolini
  • 27/09/2021 15h21 - Atualizado em 27/09/2021 17h25
LEANDRO FERREIRA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO Profissional da saúde aplica a vacina Em relação ao termo de consentimento de intercambialidade, que deve ser assinado por quem tomar a segunda dose de fabricante diferente da primeira, o infectologista esclarece que o documento é apenas uma garantia de que as pessoas foram adequadamente informadas sobre o método de vacinação

Intercambialidade de vacinas ou vacinação heteróloga é a possibilidade de completar o esquema vacinal do indivíduo com imunizantes de plataformas diferentes. Na campanha de vacinação contra a Covid-19, o método passou a ser discutido em vários países do mundo a partir do momento em que governos começaram a ter problemas na produção de vacinas e, com isso, iniciaram estudos para saber sobre a eficácia e a segurança da combinação de diferentes imunizantes. No Brasil, a falta de doses da AstraZeneca, nas primeiras semanas de setembro, fez com que diversas cidades passassem a oferecer a segunda aplicação com a Pfizer para não atrasar a imunização. Segundo o infectologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Max Igor, estudos mostram que, inclusive, a intercambialidade pode oferecer proteção ainda maior.

“Quando você toma a segunda dose de um fabricante diferente, geralmente a primeira dose de AstraZeneca e a segunda dose Pfizer, você tem uma resposta equivalente do ponto de vista de anticorpo, e, na verdade, até um pouco superior do que se você usa a mesma vacina”, explica o especialista, alertando que ainda não há estudos que analisam combinações de todos os tipos de vacinas. “Vacinação, por exemplo, com a CoronaVac, que a gente tem no Brasil, com a segunda dose Pfizer, isso não foi estudado”. Igor avalia, ainda, que a intercambialidade é uma forma de avançar no processo de imunização, mesmo em um cenário de falta de imunizantes. “É positivo em relação à produção de anticorpos, que pode ser maior quando você utiliza vacinas de plataformas diferentes. E é positivo em relação a não atrasar a segunda dose, porque todos sabemos que a pessoa não está adequadamente protegida com uma dose só da vacina”.

Em relação ao termo de consentimento de intercambialidade, que deve ser assinado por quem tomar a segunda dose de fabricante diferente da primeira, o infectologista esclarece que o documento é apenas uma garantia de que as pessoas foram adequadamente informadas sobre o método de vacinação. “Não [é] porque tem risco ou porque a gente vê algum problema em relação a isso. [O termo] é simplesmente para tornar mais transparente esse processo”.  Tá Explicado?

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