Soluço: o que é e quando é motivo de preocupação?

As causas mais comuns do distúrbio estão ligadas a situações que favorecem a entrada de ar no organismo, como gargalhadas, respiração acelerada e consumo de bebidas gaseificadas

  • Por Lívia Zanolini
  • 30/07/2021 15h30 - Atualizado em 30/07/2021 15h43
Unsplash / engin akyurt O que é o soluço e quando devo me preocupar? Especialistas explicam que alguns mecanismos, embora não tenham fundamentação científica, podem ajudar a controlar o soluço, como beber água em pequenos goles

Apesar de desagradável, soluçar é um fenômeno que acontece com todo mundo. E nada mais é do que a contração involuntária do músculo do diafragma, que separa o tórax do abdômen, seguida do fechamento da glote, que é uma estrutura anatômica que fica logo acima das pregas vocais. E é esse movimento que emite aquele som que todo mundo conhece. Geralmente, o soluço não é sinal de problemas graves e pode ter várias causas. As mais comuns estão ligadas a situações que favorecem a entrada de ar no organismo, como gargalhadas, respiração acelerada e consumo de bebidas gaseificadas. Excesso de comida, álcool, ansiedade e até mudanças bruscas de temperatura também podem provocar o distúrbio. Em bebês, o soluço é ainda mais frequente e está ligado à formação do trato digestivo.

Segundo a gastroenterologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Maira Marzinotto, normalmente o fenômeno dura de 10 a 15 minutos, que é o tempo que o corpo precisa para controlar os movimentos do diafragma. Se persistir por mais 48 horas, é necessário procurar um médico. “Qualquer coisa que irrite o diafragma de forma persistente pode levar a essas crises de soluço, que a gente chama de incoercíveis, [como] pneumonia, pleurites, pericardites, refluxo, às vezes algum processo do fígado, do estômago, das alças intestinais. AVCs, doenças mais graves neurológicas [também] podem desencadear estímulos nervosos que fazem contrair esse diafragma mais do que a gente espera”.

No caso dos soluços transitórios, a médica explica, ainda, que alguns mecanismos, embora não tenham fundamentação científica, podem ajudar a controlar o distúrbio. Entre eles, prender a respiração por alguns segundos e soltar aos poucos, uma vez que o aumento de gás carbônico no sangue estimula o diafragma a se contrair para manter a frequência respiratória; beber água em pequenos goles,  já que, com a deglutição, o músculo se contrai de forma mais rítmica; e o próprio susto, já que ele leva à contração de toda a caixa torácica e do abdômen, restabelecendo a frequência dos movimentos do diafragma. Tá Explicado?

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