Como superar um cancelamento do tribunal da internet?
Embora as celebridades estejam mais sujeitas a serem canceladas, pessoas comuns não estão blindadas; saiba como lidar com o fenômeno que pode colocar em risco até a saúde mental da vítima
O cancelamento pode ser definido como um movimento coordenado nas redes sociais para atacar a reputação de alguém, cujos comportamentos ou opiniões são considerados inadequados por grupos de usuários. Os ataques são feitos por meio de ofensas, julgamentos de conduta e até ameaças. E o que começa nas telas, pode ter desdobramentos na vida real. Além dos danos à imagem, a vítima de cancelamento também está sujeita a processos judiciais, encerramento de contratos e até demissão. Sem contar os riscos à saúde mental, com quadros de insônia, angústia, ansiedade, pânico e depressão. Especialistas esclarecem que, apesar da cultura do cancelamento ser uma forma de alertar sobre injustiças, na prática, acaba promovendo um linchamento virtual. E que, por isso, não deve ser usada como ferramenta de ajuste social.
Diante da gravidade das consequências, a psiquiatra Camila Magalhães, que é colunista do site da Jovem Pan, explica que, para superar um cancelamento do tribunal da internet, é preciso, em primeiro lugar, ter consciência de que o escrutínio público não é parâmetro real de si mesmo. “Fui cancelado? Então é preciso parar e pensar o que causou a reação das pessoas. Se eu estiver errado, é importante rever o meu discurso como forma de melhorar, mudar de opinião. Se fui injustiçado, mantenho minhas convicções, ciente de que não preciso da aprovação geral e que o diálogo é sempre o melhor caminho. Precisamos tomar cuidado para não valorizar tanto o ambiente virtual e a opinião da massa. Existe vida além da internet”, esclarece.
Ainda segundo Magalhães, desconectar-se de vez em quando é fundamental. “Outra dica é nos desligarmos um pouco do mundo virtual e fortalecer nossos vínculos com aqueles que estão próximos de nós e que conhecem nossa essência. Pessoas que conhecem nossos erros e valorizam nossos acertos. Afinal, são essas pessoas, essas relações verdadeiras, que nos fazem crescer”, acrescenta. Em relação aos aspectos jurídicos, advogados explicam que a maior dificuldade das vítimas em acionar a Justiça está em identificar quais são os perfis que deram origem às reações coletivas. As mídias sociais geralmente não são responsabilizadas. Tá Explicado?
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