Furacões: o que são, como são formados e por que é difícil acontecer no Brasil

Em agosto, a atividade de ciclones tropicais no Atlântico foi considerada acima da média e o fenômeno atingiu, em cheio, México e Estados Unidos; dezenas de pessoas morreram

  • Por Lívia Zanolini
  • 13/09/2021 15h25 - Atualizado em 13/09/2021 15h38
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EFE / EPA / JASON SZENES Em agosto, a atividade de ciclones tropicais no Atlântico foi considerada acima da média, com a formação de pelo menos dois grandes furacões Nos Estados Unidos, o furacão Ida chegou a registrar ventos de até 240 km/h; pesquisadores alertam que, com as mudanças climáticas, a tendência é que o fenômeno se torne cada vez mais intenso e recorrente

Os furacões são ciclones tropicais que se formam no oceano Atlântico, próximo à linha do Equador, provocando as tempestades mais fortes e violentas do planeta. Todos os anos, entre junho e novembro, quando é verão no Hemisfério Norte, o fenômeno acontece com mais frequência. Isso porque, neste período, as águas do Atlântico estão mais aquecidas, acima de 27 graus. Com a elevada evaporação, são formadas grandes massas de ar quente e úmido que se movimentam para cima, acumulando cada vez mais nuvens carregadas de água. Assim, começa a ser formada uma bomba atmosférica prestes a explodir. Por causa de um efeito chamado Coriolis, ligado ao movimento de rotação da Terra, esse sistema começa a girar rapidamente e, no centro dele, forma-se uma espécie de buraco de ar de baixa pressão, que continua subindo. É o popularmente chamado ‘olho do furacão’. Todo esse movimento gera uma grande perturbação na atmosfera, com tempestades e ventos de alta velocidade.

Quando atingem a costa, os furacões provocam inundações e marés de tempestade, causando destruição por onde passam até perderem força. Ciclones com ventos que chegam a 60 km/h são chamados de tempestades tropicais. Quando a ventania atinge 119 km/h, passam a ser considerados furacões. A intensidade dos ventos é medida pela Escala de Saffir–Simpson, que vai de 1 a 5. No nível mais alto, os ventos podem ultrapassar 252 km/h. Em agosto, a atividade de ciclones tropicais no Atlântico foi considerada acima da média, com a formação de pelo menos dois grandes furacões. O Grace, que chegou a registrar ventos de até 200 km/h e resultou em pelo menos 11 mortes durante a passagem pelo México. E, dias depois, o furacão Ida, que atingiu os Estados Unidos com ventos de até 240 km/h causando enchentes que deixaram dezenas de mortos. Pesquisadores alertam que, com as mudanças climáticas, a tendência é que o fenômeno se torne cada vez mais intenso e recorrente.

Mas por que os furacões são mais frequentes no México, Estados Unidos e no Caribe? Segundo meteorologistas, nessas regiões, o oceano se mantém por mais tempo na temperatura ideal para formação do fenômeno. Com a ajuda dos ventos alísios, que se movimentam de leste a oeste por influência da rotação da Terra, os ciclones são carregados para a costa desses países. Como abaixo da linha do Equador as águas do Atlântico são mais frias, dificilmente o fenômeno consegue se estruturar. Outro fator que dificulta a ocorrência dos eventos na porção sul do continente é que, nesta faixa em está localizada, os ventos não encontram as condições necessárias para girar e formar uma tempestade. E os nomes dos furacões? Como são escolhidos? A relação de nomes foi criada em 1953 nos Estados Unidos e atualmente é gerida pela Organização Meteorológica Mundial, órgão da ONU. São 126 nomes humanos, cada um começando com uma letra diferente do alfabeto, que são repetidos em um ciclo de seis anos e vão sendo alternados entre masculinos e femininos a cada tempestade que ocorre. O uso de nomes humanos é para facilitar a divulgação de alertas. Tá Explicado?

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