Metade dos brasileiros vive sem coleta de esgoto; conheça desafios e metas para a universalização do saneamento

As regiões Norte e Nordeste são as que apresentam os piores índices; a meta do governo federal é que praticamente toda a população seja contemplada com os serviços nos próximos doze anos

  • Por Lívia Zanolini
  • 28/05/2021 15h35 - Atualizado em 28/05/2021 16h12
Agência Brasil Saneamento Básico no Brasil A ocupação territorial desordenada está entre as principais dificuldades para a ampliação dos serviços de água e esgoto no Brasil

Cerca de 35 milhões de brasileiros ainda não têm acesso à água tratada e mais de cem milhões não contam com serviços de coleta de esgoto. Segundo o levantamento mais recente do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, em média, quase 84% de todo o país é coberto com rede de abastecimento de água. Mas a distribuição é desigual. Enquanto nas regiões Sul e Sudeste os índices estão acima de 90%, na região Norte, que é a mais carente do serviço, a cobertura é de 58%. E a situação é ainda mais preocupante em relação ao atendimento com rede de esgoto. Quase metade da população não tem acesso à coleta e a desigualdade entre as regiões é ainda maior. Quase 80% da região Sudeste é coberta pela rede. Já o Norte do país, tem apenas 12% de coleta de esgoto. Na sequência, está o Nordeste com pouco mais de 28%.

Diante deste cenário, o governo federal estabeleceu uma meta. Até 31 de dezembro de 2033, 99% da população brasileira deverá ter acesso à água potável e 90% ao tratamento e coleta de esgoto. O prazo foi definido no novo Marco Legal do Saneamento Básico, sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro no ano passado. Para alcançar a universalização dos serviços, o governo estima investimentos de até R$ 700 bilhões nos próximos dez anos. O que, segundo o Ministério do Desenvolvimento Regional, só será possível com a participação do setor privado, que, com o novo marco, passa a concorrer pela concessão dos serviços.

Para especialistas na área, mesmo com a união de esforços entre os setores público e privado, atingir a universalização em 12 anos é um desafio e tanto. A ocupação territorial desordenada, as limitações do orçamento público e as perdas de água na rede de abastecimento dificultam e encarecem as ações. Entretanto, estudo feito pelo Instituto Trata Brasil e pela Abcon, associação que reúne as concessionárias do setor, estima que, em 20 anos, os ganhos econômicos e sociais trazidos pela expansão dos serviços, já descontando os custos, sejam superiores a R$ 1 trilhão. Tá Explicado? 

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