Entenda por que a terceira dose da vacina contra a Covid-19 é necessária e quem deve tomar

O Ministério da Saúde recomenda que a aplicação extra seja feita, preferencialmente, com o imunizante da Pfizer; na falta dele, o ideal é optar pela Janssen ou AstraZeneca

  • Por Lívia Zanolini
  • 17/09/2021 15h26 - Atualizado em 17/09/2021 15h34
Walterson Rosa/MS IFA para produção de 10 milhões de doses de Oxford/AstraZeneca chega ao Brasil Apesar da orientação do Ministério da Saúde, na cidade de São Paulo, a maioria das aplicações da terceira dose, pelo menos nos primeiros dias de campanha, foi da CoronaVac

Mais de 70 milhões de brasileiros já tomaram as duas doses ou a dose única da vacina contra a Covid-19, segundo o Ministério da Saúde. O que significa que mais de 30% da população está imunizada. Isto porque, com exceção da vacina da Janssen – de dose única -, são necessárias duas doses para completar o esquema vacinal. A primeira provoca um estímulo inicial aos mecanismos imunológicos e a segunda aumenta a proteção, melhorando a resposta, tanto de anticorpos, como da imunidade celular. Porém, cientistas chegaram à conclusão que pessoas com o sistema de defesa do corpo enfraquecido precisam, ainda, de uma dose adicional para consolidar a imunização. Tese que ganhou ainda mais força com o avanço da variante Delta no país. Diante disso, o Ministério da Saúde passou a recomendar a aplicação da terceira dose em idosos e pessoas com problemas de imunidade, os chamados  imunossuprimidos.

A secretária Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 da pasta, Rosana Leite de Melo, orienta que a terceira aplicação seja feita, preferencialmente, com o imunizante da Pfizer. Na falta dele, deve-se optar pelas vacinas da Janssen ou da AstraZeneca. “Os estudos que nós temos de modelos na China, utilizando as duas doses de CoronaVac, observou-se o seguinte. Quando se fazia a dose de reforço com outro imunizante com a plataforma de RNA, a produção de anticorpos, a imunidade deles, ela era muito mais estimulada. Por isso que a gente recomenda, mesmo para aqueles pacientes que tomaram duas CoronaVac, que a terceira seja heteróloga, ou seja, diferente das duas primeiras, porque isso consegue estimular muito mais o sistema imunológico”. Já no caso de quem tomou a dose única da Janssen ou as duas doses da Pfizer ou da AstraZeneca, a secretária explicou que os estudos não mostraram que houve diferença expressiva nos níveis de imunidade quando foi utilizada a dose extra da CoronaVac.

Apesar da orientação do Ministério da Saúde, na cidade de São Paulo, a maioria das aplicações da terceira dose, pelo menos nos primeiros dias de campanha, foi da CoronaVac. Entretanto, com a chegada de novos lotes da Pfizer na capital, o imunizante da farmacêutica americana e do laboratório alemão deve ser priorizado. Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Recife, Acre, Salvador e Goiânia são outros exemplos entre diversas cidades que já estão aplicando a dose adicional contra o coronavírus. Melo esclareceu, ainda, a diferença entre terceira dose e dose de reforço. Segundo ela, a terceira aplicação é uma dose adicional da mesma vacina, ministrada em grupos que não tiveram a imunização consolidada com duas doses. Já a necessidade do reforço, que seria a aplicação de uma nova dose para restabelecer a quantidade ideal de anticorpos que eventualmente tenha se reduzido com o passar do tempo, ainda está sendo estudada pela comunidade científica. É o caso da vacina contra a gripe, que tem reforço anual. Os pesquisadores avaliam, também, se, em alguns casos, será necessária a revacinação, ou seja, a repetição de todo o esquema vacinal para garantir a proteção a longo prazo. Tá Explicado?

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