Antifas: o que são, como surgiram e o que defendem
O movimento antifascista tem estado constantemente presente no cenário político; saiba como esses grupos se manifestam
O movimento antifa, ou antifascista, é formado por diferentes grupos, geralmente de esquerda, sem nenhuma liderança central organizada. É representado pela bandeira nas cores vermelha, que simboliza o socialismo, e preta, o anarquismo. Os antifas geralmente são anticapitalistas, sem filiação partidária, e têm como objetivo central combater ideais supremacistas, como neofascismo, racismo, LGBTfobia e machismo. Os primeiros grupos antifas teriam surgido na Itália e na Alemanha, entre os anos 1920 e 1930, como frente de combate ao fascismo e ao nazismo. Após a Segunda Guerra Mundial, a luta antifascista foi retomada como forma de combate à ascensão da extrema-direita, se espalhando pela Europa e Estados Unidos. Entre os americanos, o movimento se fortaleceu com a eleição de Donald Trump. No Brasil, houve mobilizações antifascistas em resposta à Ação Integralista Brasileira nos anos 1930. E, mais tarde, nos anos 80 e 90, vieram com o movimento Punk. Nas últimas duas décadas, os grupos tiveram forte atuação nas manifestações de 2013, impulsionadas pelo aumento das tarifas do transporte público, nos atos contra o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016, e, mais recentemente, com a eleição do presidente Jair Bolsonaro.
O professor do departamento de Ciências Política da Unicamp, André Kaysel, explica que, embora existam grupos que se manifestam com violência, como aqueles que utilizam táticas black bloc, a maior parte atua por meio de mobilizações e ações nas redes sociais. “Os antifas costumam atuar primeiro com denúncias e exposição de indivíduos ou grupos neofascistas ou da extrema-direita em redes sociais e também por meio de manifestações de rua e contra manifestações para impedir manifestações de agrupamentos neofascistas, neonazistas ou supremacistas brancos. O black bloc não é um movimento ou uma organização, é uma tática de protesto que envolve, além do uso de máscaras, a disposição de enfrentar a repressão policial e o ataque a símbolos do capitalismo. Nem todo antifa é adepto da tática black bloc e nem todo adepto da tática black bloc é um antifa”, esclarece. Ano passado, o caso George Floyd, homem negro que morreu após ser sufocado em uma abordagem policial, nos Estados Unidos, voltou a mobilizar grupos antifascistas em todo o mundo. No Brasil, os manifestantes protestaram em várias capitais contra o racismo e em defesa da democracia. Tá Explicado?
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